Revista Científica de UCES
Vol. 29 N°1 (Enero - Julio de 2024)
ISSN Electrónico: 2591-5266
(pp. 1-11)
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possível, já que devemos, sempre, visar à singularidade do sujeito. Assim, é necessário que o analista
trabalhe com aquilo que o sujeito inventou para comunicar-se, isto é, que o analista consiga “tornar como
objeto de escuta uma fala que, muitas vezes, apresenta-se por manifestações verbais e motoras, como
sons, gritos e agitações, não endereçadas a um outro.” (Azevedo & Nicolau, 2017, p. 14).
CONCLUSÃO
Por fim, as pesquisas sobre a interface entre psicanálise e autismo que venho desenvolvendo,
reiteram a necessidade de considerar a experiência e os relatos dos próprios autistas, reafirmando que
não há como reduzir um sujeito a um diagnóstico. A visão da clínica da psicanalítica reside, portanto, em
uma intervenção que respeite a singularidade do autista, de ser e de estar no mundo, propondo uma
escuta atenta a um discurso que pode ser verbal, ou não verbal, apresentando um setting terapêutico
acolhedor, buscando desta forma uma aproximação delicada e não invasiva.
Referência
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