Revista Subjevidad y Procesos Cognivos
ISSN electrónico: 1852-7310
Vol. 28, Nro. 1 “Invesgaciones en Salud Mental y Clínica”
(Enero-Junio, 2024)
Fecha de Recepción: 5 de enero 2024
Fecha de Aceptación: 27 de mayo del 2024
212
Manifestações clinicas em adolescentes vítimas de bullying na Internet
Manifestaciones clínicas en adolescentes víctimas de bullying escolar
Maria Luzia Gomes de Jesus
1
ARK CAICYT: http://id.caicyt.gov.ar/ark:/s18527310/ovb1knrao
Resumo
A tecnologia facilita a comunicação de adolescentes vítimas de bullying escolar na internet. O
objetivo deste artigo foi a partir dos resultados encontrados no estado da arte do projeto doutoral analisar
algumas das manifestações clinicas apresentadas pelos adolescentes envolvidos no bullying escolar na
internet com as contribuição dos aportes teóricos do psicanalista argentino David Maldavsky. Foi realizada
uma revisão sistemática da literatura em diversas bases de dados BSV, Capes, Google Scholar, Pebweb,
Pubmed, Psynet, Scielo. Os resultados revelam temas de ideação suicida, uso de drogas, dependência de
internet, depressão nos envolvidos em bullying escolar.
Palavra-chave
Adolescentes, Bullying, Internet e Manifestações Clinicas.
Abstract
Technology facilitates the communication of adolescent victims of school bullying on the Internet.
The aim of this article was, based on the results found in the state of the art of the doctoral project, to analyze
some of the clinical manifestations presented by adolescents involved in school bullying on the Internet, with
the contribution of the theoretical contributions of the Argentine psychoanalyst David Maldavsky. A
systematic review of the literature was carried out in various data bases: BSV, Capes, Google Scholar,
1
Doutoranda em Psicologia UCES; Participante do IAEPCIS (UCES); Especialista em Psicologia Clínica; Especialista em
Psicopedagogia Clínica; Diplomado em teoria y Método de ADL (Uces); Terapeuta em EMDR/Brasil. E-mail de contato:
pesquisasclinicas@gmail.com
213
Pebweb, Pubmed, Psynet and Scielo. The results reveal themes of suicidal ideation, drug use, internet
addiction, depression in those involved in school bullying.
Key words
Adolescents, Bullying, Internet and Clinical Manifestations.
214
Este artigo faz parte dos resultados encontrados no estado de arte de uma investigação doutoral
sobre as manifestações clinicas nos adolescentes envolvidos em bullying na Internet e as contribuições nos
aportes do psicanalista argentino David Maldavsky à partir dos conceitos psicanalíticos importantes como a
teoria da pulsão (Freud, 1915) e das defesas como destino da pulsão (Freud, S. 1915c). De acordo com Freud
(1915e) os processos psíquicos derivam dos estímulos internos da pulsão como expressão do desejo.
Maldavsky, D. (1999) desenvolveu um método de investigação que permite analisar através do discurso os
desejos e defesas. Maldavsky, D. (1986) relaciona desejo e o desenvolvimentos dos afetos, que
correspondem ao princípio de prazer. Quando ocorre um afeto prazeroso o desejo fica potencializado na
estrutura do ego. Quando o afeto não é prazeroso, gera um aumento da tensão pulsional de auto
conservação e da libido narcisista com a função de promover energia para defesa do ego. Quando todo
desejo é potencializado desperta prazer. A relação entre os processos, desejo e afeto, depende do estrato
representacional investido, porque os dois processos estão ligados ao princípio de prazer. Quando uma
perturbação no princípio de prazer como determinante do funcionamento pulsional, o desenvolvimento de
afetos não prazeroso potencializam o aumento da energia sexual. (124). Com o desenvolvimento dos afetos
surge com a constituição das zonas erógenas, ego prazer purificado, com a estruturação do ego real definitivo
no tempo edípico, os derivados do superego e com os correlatos dos processos sublimatórios (148). O estrato
representacional investido nesses dois processos está ligado ao princípio de prazer e do masoquismo. O
masoquismo é uma perturbação do princípio de prazer como determinante do funcionamento pulsional, em
que os afetos não prazerosos potencializam a tensão sexual.
Para Freud (1919a) a vida psíquica é regulada automaticamente pelo princípio do prazer,
considerando a economia pulsional, por fenómenos singulares e regulares do início da função sexual na
criança desde o início da vida, o instinto sexual, com manifestação dinâmica na vida psíquica, composto por
instintos parciais que se unem para formar determinadas organizações. Freud (1932) coloca que o desejo
derivado das pulsões libidinais pode manifestar-se nas zonas erógenas. Propôs seis zonas erógenas: oral
primária - O1, sádica anal primária - A1, sádica anal secundária - A2, uretral fálica - FU, genital fálica - FG
(Freud, 1933). O ego é inicialmente um ego corporal (Freud, 1923). Maldavsky, D (1999, 2000) descreveu a
215
sétima, propondo a sétima, a Libido intrassomática Li, que inclui no sistema categorial do ADL (Algoritmo
de David Liberman), referindo-se aos tempos do início do desenvolvimento libidinal e da estruturação
psíquica. Esse período foi descrita por Freud (1926d) como o momento em que a libido investe recai sobre
os órgãos internos do recém-nascido como o coração e os pulmões, citada por ele apenas de passagem.
Freud (1920) propõe duas teorias das pulsões, de vida chamada Eros e de morte chamada Thanatos.
Maldavsky, D., (2017 ) Eros é composto de sexualidade, onde predomina o princípio de prazer e a pulsão de
auto conservação tem como objetivo neutralizar a pulsão de morte. Eros se liga a pulsão de morte para
neutralizar sua eficácia a ligação da pulsão de morte com a sexualidade leva ao desenvolvimento do
masoquismo e com a auto conservação leva a perturbação da pulsão de sarar. Maldavsky, D. (2004) coloca
que a fixação pulsional aporta uma formação masoquista especifica que difere para cada estrutura clínica,
que também aporta ao conjunto de defesas. Considera o central nas defesas que determinam uma
organização clínica, as defesas que são patológicas: repressão, desmentida, desestimação da realidade e da
instancia paterna e desestimação de afeto. E as defesas não patológicas como sublimação, criatividade,
acordes afines.
Para Maldavsky, D (1986), o desenvolvimento do ego real primitivo corresponde a um tempo inicial,
no qual as zonas erógenas já constituídas se enlaçam, esse ego real primitivo é responsável pela modificação
endógena no desenvolvimento do afeto, do registro de prazer e desprazer, da posição ativa e passiva. Em
um tempo posterior o ego prazer purificado corresponde a inscrição por simultaneidade e passividade, que
corresponde ao sadismo dentário e a atividade a fase anal primaria. Com o surgimento do ego real definitivo
que corresponde a inscrição por analogia e causalidade inicial, onde o pré-consciente visual y verbal se
imbricam com o período do ego prazer purificado. O tipo especifico de afetos, motricidade e percepções
como as estruturas egóicas vão dando cabida a vida pulsional no psíquico, se prevalece o erotismo
intrassomatico, é possível investigar o ego real primitivo, quando predomina oralidade primaria, o
autoerotismo. Se prevalece o erotismo secundário e anal primaria predomina a estrutura egoíca ego prazer
purificado, para anal secundário, fálico uretral e fálico genital prevalece a estrutura egóica do ego real
definitivo. Freud (1923b) considera que cada indivíduo tem uma organização coerente dos seus processos
216
psíquicos como o seu ego, que parte deste ego pode ser inconsciente, e é transmitida pelo pré-consciente,
que é uma parte do ego modificada pela influência do mundo externo, pelos sistemas de percepções. O Eu
aspira substituir o princípio do prazer pelo princípio da realidade, que se esforça por transmitir ao Ego a
influência do mundo. Dentro do próprio ego existe uma diferenciação, chamada superego. Para Freud (1940)
o ego, sem afetar a sua organização e autonomia, tem a função de lidar com a realidade. Freud (1915a) se
devido a um enfraquecimento do ego, o ego não cumpre as suas funções ocorre uma condição de estados
patológicos, como pode ser considerado na depressão como a perda de um objeto de amor.
Maldavsky, D. (2004) que é a partir do processamento das pulsões e atos inconscientes e o influxo
da cultura que se constitui o pré-consciente, como termo intermediário entre a pulsão, as defesa e as
manifestações discursivas. Maldavsky,D (2013) o estudo sobre os desejos permite decidir qual a defesa que
predomina. Maldavsky (2004) aborda a problemática das zonas erógenas e da sexualidade através do exame
de algumas perturbações, estabelecendo ligações entre fixações pulsionais, defesas e estruturas. Considera
as relações entre as defesas centrais e as zonas erógenas como para:
Histeria de angústia: FU, defesa repressão;
Caracteropatia depressiva: O2 - defesa desmentida;
Melancolia: O2 desestimação da realidade e da instância paterna;
Patologias tóxicas e traumáticas: Li - defesa desestimação de afeto.
A adolescência
É um período várias mudanças corporais, na identificação, na relação com os familiares e colegas,
que estará em um ambiente que ocorre o bullying. A adolescência é uma transição entre a puberdade e o
estado adulto, e são vários os confrontos pelos quais devem passar, com perdas fundamentais como o luto
do corpo infantil na puberdade, do papel e identidade infantil e dos pais de infância (Aberastury & Knobel,
1981). Neste processo, o adolescente perde a sua identidade infantil, que surgirá como uma nova identidade
que será construída através da aceitação dos aspectos infantis e das mudanças corporais (Aberastury, 1969).
Há um encontro entre pais e filhos adolescentes que se processa de acordo com as possibilidades psíquicas
da saúde, da doença e da elaboração das perdas e mudanças que essas famílias construíram no passado
217
comum (Quiroga, 2010). As relações de amizade são mais estáveis, ativas e menos controladas pelos adultos,
caracterizadas por uma maior intimidade e empatia, aprendem que os adultos têm poder, que devem
obedecer-lhes e submeter-lhes e que as relações são verticais. Com os amigos dos pares, as relações são
horizontais, mais igualitárias e menos hierárquicas (Coleman e Hendry, 1999).
Bullying e internet
Os amigos dos pares nesse período são importantes para o desenvolvimento dos adolescentes em
contexto social, e é na escola que se verifica uma maior prevalência de bullying escolar do que noutros
contextos (Lisboa et al., 2009). O bullying continua a ser um problema preocupante nos anos 70, quando
havia interesse em identificar quais os fatores mais característicos dos agressores e das suas vítimas, nos
anos 90, na Noruega, afetando muitos alunos, bem como noutros países com uma prevalência ainda mais
elevada (Lewis, 1978). O bullying é uma ação de intimidação, uma violência, numa relação diferenciada de
poder, que caracteriza uma ação negativa, repetitiva e intencional de uma pessoa em relação a um colega
(Olweus, D.2004). Podem ser verbais ou físicas, com uma intenção hostil que causa sofrimento à vítima, é
um subtipo de comportamento agressivo em que um indivíduo ou um grupo humilha, ataca ou exclui uma
pessoa impotente (Solberg e Olweus, 2003). O autores Neves(2001) e Marangoni (2018) abordam o trauma
na obra de Freud (1926) em Inibições, Sintomas e Ansiedade” com o estado de desamparo primário, que
leva as vítimas desenvolverem mecanismos de defesa para suportar a carga emocional. Bonelli (2020) e
Souza (2019) ciam o masoquismo como uma perversão sexual na qual a satisfação está ligada ao sofrimento,
a humilhação do sujeito, tendo como referência Freud (1924) com o “Problema Econômico do Masoquismo”.
Não dúvidas de que o elemento sociocultural influencia com um determinismo específico nas
manifestações da adolescência, mas também é preciso considerar que por trás dessa expressão sociocultural
um fundamento psicobiológico que lhe confere características (Aberastury, 1981a). A Internet foi um
grande contributo para a humanidade, permitindo uma interação rápida e fácil com os outros. Cerca de 93%
dos adolescentes e jovens adultos utilizam redes sociais como o Snapchat, o Instagram, o Facebook e o
Twitter. 81% utilizam-nas diariamente, 17% utilizam-nas "quase constantemente" e 54% utilizam-nas várias
vezes por dia. E 7% não utilizam as redes sociais de todo (Rideout e Fox, 2018). Tendo em vista o exposto
218
sobre os adolescentes envolvidos em bullying na internet, para responder às questões, foi realizada uma
revisão das pesquisas com o objetivo de analisar as produções investigadas na psicanálise e os temas
abordados.
Metodologia
Este artigo é uma revisão da literatura sobre adolescentes envolvidos em bullying na internet. As
buscas foram realizadas em diversas bases de pesquisa bibliográfica nos meses de julho e agosto de 2022,
nas bases de pesquisa PUBMED, SCIELO, PSYNET, SCHOLAR, PEPWEB, CAPES, BSV, em publicações entre os
anos de 2017 e 2021. Foram pesquisados o título e o resumo. No total, foram encontrados 97 artigos. Os
critérios de seleção das amostras para exclusão - Foram realizadas em etapas. A primeira etapa foi a exclusão
dos 12 artigos duplicados; a segunda foi a leitura de cada título, aqueles que tratavam de: adolescentes e
bullying e não de internet; ou bullying, internet em outra faixa etária; cyberbullying, internet e adolescentes
(não tratando de bullying); adolescência e internet; ou ainda tratando de bullying e internet, mas não na
faixa etária de adolescentes e os que tratavam de outros estudos; a terceira após a leitura dos resumos foram
retirados os artigos que não focavam o tema adolescentes envolvidos em bullying na internet. No total,
foram retirados 73 artigos. No critério inclusão, na primeira etapa, foram selecionados e incluídos os artigos
que continham as três palavras-chave em sua pesquisa; na segunda etapa, foram lidos os resumos e os artigos
considerado om duas palavras. Um total de 12 artigos foram incluídos.
O número de artigos encontrados em cada base foram: PEPWEB, PSYNET, SCIELO, PUBMED, CAPES,
GOOGLE ESCOLAR, BSV, em um total de 97 artigos. Duplicados foram um total de 12 artigos. Foram
eliminados 73 artigos. Doze artigos foram considerados para esta pesquisa.
Resultados
Foram encontrados artigos em vários outros pressupostos teóricos, com vários temas como bullying
tradicional e internet. Wang et al., (2019) concluiu que em qualquer tipo de bullying seja vítima ou agressor
está associado significativamente com problema de saúde mental incluindo autolesões, ideação suicida e
problemas psicológicos graves; quanto a ideação suicida e bem-estar Lucas-Molina et al., (2018) correlaciona
a experiência de qualquer tipo de bullying para ideação suicida e apresentam pontuações mais baixas no
219
bem-estar subjetivo, os que apresentam menor bem-estar com associação nas modalidades de vitimização
correlação com ideação suicida, para Sohn et al., (2018) encontram resultados que as adolescentes e os
adictos à internet e aos smartfones apresentam mais riscos de ideação suicida e para Rostad et al., (2021)
concluíram sobre o risco de suicídio com diferentes tipos de uso da mídia (Internet) como televisão e uso de
computador/vídeo game e número de horas totais de uso de mídia por escola dia, que o uso da mídia tem
como correlato significativo de risco de suicídio e vitimização de intimidação, que diminui ou aumenta de
acordo com o aumento ou diminuição do uso da mídia (internet) proporcionalmente. Quanto ao tema:
Competências sociais e vitimização, Chen, (2020) que adolescentes com maus desempenhos mostraram mais
frequência em uso problemático de internet (PIU) do que estudantes mulheres e que a vitimização de
bullying tradicional tem associação significativa com PIU. Quanto aos temas Uso de substâncias e apoio
escolar, Zsila et al., (2018) tanto o consumo de substâncias como uso problemático de internet são preditos
de bullying escolar ou tradicional. Os temas conflitos interpessoais e intrapessoais, Méndez et al., (2020)
resultados mostraram que os que estavam mais comprometidos com o uso de internet foram mais
vulneráveis em todas as manifestações de bullying; para Weinstein et al., (2021) resultados quanto à
diversidade cultural e minoria ética mostrou que os jovens envolvidos em uma vitimização estavam mais
tempo na internet. Quanto ao tema depressão e ansiedade, Cao et al., (2020) a vitimização, a qualidade
do sono, a adição à internet e a depressão têm correlações significativas e positivas entre si. E o tema Suporte
familiar para Lo et al., (2021) os resultados mostraram que os adolescentes que tinham pais ríspidos
passavam mais tempo na internet e um escore significativo para a vitimização ao bullying
Discussão
As investigações sobre os adolescentes vítimas de bullying tem uma correlação com o uso da
internet, com tendência a apresentar um transtorno mental como a depressão, tendência ao suicídio,
consumo de drogas e adição ao computador. A psicanálise pode contribuir para uma compreensão do
funcionamento psíquico dos adolescentes vítimas no bullying na internet com uma análise qualitativa e
descritiva. Ao analisar os resultados do estado da arte, que considerou o período da adolescência com suas
características peculiares, em um momento em que a ampliação de novas amizades é importante, quando
220
ocorre o afastamento dos pais etc. Maldavsky, D. (2008) considera a subjetividade como na teoria freudiana,
considerando processos psíquicos como o afeto, representações e defesas para as pulsões libidinais
especialmente e as exigências do mundo e do superego. Sofrer bullying, é sofrer violência, Maldavsky, D.
(2017) coloca que uma supressão da subjetividade, predominando outras defesas, devido a perda da
capacidade de captar matizes principalmente os afetivos, com estado de confusão nos pensamentos. Coloca
que “a violência leva a geração de uma sobrecarga que rompa no outro a barreira anti-estímulo implica em
gerar nesse outro uma perturbação em sua economia pulsional, principalmente uma alteração em sua
necessidade de auto conservação, combinada com uma perturbação no pensamento, no terreno cognitivo”.
E acrescenta ser mais complexas em situações, quando a violência é exercida sobre o próprio corpo, como
as práticas suicidas, consumo de drogas, distúrbio na alimentação. Considerando Maldavsky, D. (2013, 2014)
a alteração ocorrer alteração em uma resposta funcional, desenvolvendo defesas patológicas, para encontrar
soluções radicais diante dos conflitos internos, produzindo alterações do psiquismo com as defesas como a
repressão, desmentida, e a desestimação de afeto em detrimento das defesas funcionais que geram
benefício psíquico para encontrar equilíbrio na resolução de conflitos, podemos aplicar essa explicação ao
adolescente quando sofre bullying. Para Maldavsky (2004) na subjetividade se considera os processos
psíquicos promovidos pelas exigências pulsionais, a realidade e os ideais e a moral, com diferentes destinos,
sistemas defensivos em boa parte inconscientes.
Em Sneiderman, S. et al, (2015) coloca que que no tempo primitivo, nos primeiros dias de nascido,
os estímulos do mundo interno e externo, não ultrapasse os limites para o bebe, que por não poder
neutralizar os estímulos necessita do auxílio da mãe. Que as patologias, incluindo muitas manifestações
clinicas, como afecções psicossomáticas, adições, anorexias, bulimia, obesidade, e até desamparo sociais,
podem manifestar-se mais tarde quando existem fixações a esse momento primitivo. E coloca que “o comum
a todas as manifestações clinicas como a tendência a adições, acidentes, enfermidades crônicas
psicossomáticas, entre outras, são comandadas pela pulsão de morte...e que a clínica do desvalimento pode
prever o início de sintomas postos no corpo, como uma forma de anunciar o perigo que não é sentido”. Segue
221
que a principal defesa utilizada por esses indivíduos é a desestimação de afeto, ou seja, desestimam o sentir
(249).
Aparain, Angeles (2019) conclui que nos momentos mais críticos de um adolescente vítima de
ciberbullying, fica desorientado, diante das acusações difamatórias apresentam um desejo oral primário com
defesas fracassadas. Foi observado que os mecanismos dominantes sugere ser a repressão ou a inibição,
dando predomínio da desmentida ao cobrar maior significação as tendências sacrificiais na busca de afeto. E
que estas combinações entre desejos e defesas deixa a vítimas vulnerável as condutas hostis. Mattos, M. E.
(2022) no estudo das defesas utilizadas como recursos em adolescentes que praticam automutilação, as
defesa utilizadas são a oral secundaria- O2 e anal secundaria A2, fálico uretral- Fu e genital - FG, que ao
fracassar há uma regressão libidinal para a libido intrassomática- Li que corresponde ao ego real primitivo.
Maldavsky (1992) denomina a depressão sem consciência, quando a uma inibição do
desenvolvimento psíquico, considerando que o afeto aparece primeiro como ponto de desenvolvimento do
ego, e a percepção que se encontra desinvestida, quando a consciência se liga à percepção, o mundo sensível
adquire organização.
Temas como autolesão, ideação suicida, adição as drogas, uso compulsivo da internet, conflitos
interpessoais e intrapessoais, depressão são analisados pela psicanálise trazendo grandes contribuições
sobre o funcionamento psíquico dos envolvidos, que podem colaborar no desenvolvimento de projetos
antibullying como nos atendimentos desses envolvidos.
222
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