Revista Subjevidad y Procesos Cognivos
ISSN electrónico: 1852-7310
Vol. 28, Nro. 2 “Contribuciones del ADL
y de la Teoría del Desvalimiento a las Técnicas Proyecvas
(Julio-Diciembre, 2024)
Fecha de Recepción: 15 de octubre del 2024
Fecha de Aceptación: 28 de octubre del 2024
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Explorando a Consistência Diagnóstica: Uma Análise Comparativa de Testes Projetivos em Candidatos à
Carteira Nacional de Habilitação
Exploring Diagnostic Consistency: A Comparative Analysis of Projective Tests in Candidates for a Driver's
License
Agderalda Guida Leite
1
ARK CAICYT: https://id.caicyt.gov.ar/ark://j8lrzhq93
Resumo
Este artigo apresenta uma pesquisa de doutorado que investiga o uso de técnicas projetivas na
avaliação psicológica no contexto de trânsito, destacando sua importância para acessar aspectos
inconscientes e influenciar políticas públicas e intervenções educativas voltadas à segurança viária. A
pesquisa integra teoria e prática, utilizando três técnicas projetivas Pirâmides Coloridas de Pfister, Z-SEP
e Questionário Desiderativo para identificar coincidências e divergências nos resultados, avaliando
pulsões, desejos e defesas psicológicas em 40 candidatos à Carteira Nacional de Habilitação (CNH). Com
abordagem descritiva e qualitativa, as respostas dos participantes foram analisadas quanto à consistência e
validade concorrente, utilizando triangulação de dados. Os resultados indicaram invariância interteste,
demonstrando consistência nos diagnósticos. Houve correlação entre os traços de personalidade
identificados, reforçando a eficácia das projeções para captar nuances de adaptação e defesa. Concluiu-se
que as técnicas projetivas são complementares e confiáveis para avaliação psicológica no trânsito.
Palavras-chave
Técnicas projetivas, avaliação psicológica, psicologia do trânsito, projeções, segurança viária.
1
Graduação em Psicologia. Universidade Federal de Uberlândia, UFU, Brasil. Especialização em Psicologia Jurídica.
Conselho Federal de Psicologia, CFP, Brasil. Especialista em Psicologia de Trânsito Conselho Federal de Psicologia, CFP,
Brasil. Especialista em Avaliação Psicológica. Conselho Federal de Psicologia, CFP, Brasil. Doutoranda pela Universidade
de Ciências Sociais de Buenos Aires. Psicóloga e sócia da empresa Farial Serviços e Comércio Ltda (Recursos Humanos
em Transportes RH TRANS), Uberlândia, MG. Psicóloga e sócia da F.L Clínica Médica e Psicológica Ltda- credenciada
ao Departamento de Trânsito de Minas Gerais (DETRAN-MG). Psicóloga e cia da Ciclo Clínica Médica e Psicológica
Ltda- credenciada ao Departamento de Trânsito de Minas Gerais (DETRAN-MG). Email: guidaleite@gmail.com
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Abstract
This article presents a doctoral research study investigating the use of projective techniques in
psychological evaluation within the context of traffic psychology, highlighting their importance in accessing
unconscious aspects and influencing public policies and educational interventions aimed at road safety. The
research integrates theory and practice, using three projective techniques Pfister's Colored Pyramids, Z-
SEP, and the Desiderative Questionnaire to identify similarities and differences in results, assessing
drives, desires, and psychological defenses in 40 candidates for a driver's license (CNH). With a descriptive
and qualitative approach, participants' responses were analyzed for consistency and concurrent validity,
using data triangulation. The results indicated inter-test invariance, demonstrating diagnostic consistency.
There was a correlation between the identified personality traits, reinforcing the effectiveness of
projections in capturing adaptation and defense nuances. It was concluded that projective techniques are
complementary and reliable for psychological evaluation in traffic contexts.
Keywords
Projective techniques, psychological evaluation, traffic psychology, projections, road safety.
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As técnicas projetivas têm sido utilizadas para diferentes propostas, incluindo no contexto de
pesquisa, tendo em vista estudos clínicos e não clínicos, estudos de casos específicos e de grupos. Em sua
maioria, as pesquisas objetivam compreender ou diagnosticar aspectos relacionados aos estados psíquicos,
ao comportamento humano e social, aos transtornos mentais, alimentares, comportamentais, dentre
outros e à saúde e bem-estar.
A complexidade destas técnicas é fruto da riqueza histórica de suas criações e dos modelos de
pensamento e usos derivados de sua concepção original. A universalidade e a atemporalidade delas
refletem infinita curiosidade sobre a mente humana, os comportamentos, os sentimentos, os desejos, os
medos e a fantasia. O futuro conecta-se com o passado, à medida que se mantém intactas as demandas
intelectuais, filosóficas, sociais, médicas, educacionais e psicológicas de investigar a personalidade.
Dito isso, este artigo visa apresentar brevemente um trabalho de pesquisa de doutorado,
inicialmente estimado para conclusão em no máximo três anos, mas que considerando sua complexidade,
tendo em vista o dinamismo no campo de investigação acerca das técnicas projetivas, bem como contexto
pandêmico e pós- pandêmico, concluiu-se apenas neste ano de 2024. Para além da parte teórica de estudo
no doutorado, cabe ressaltar que esta pesquisa perpassa o trabalho de campo da pesquisadora visto que
atua diariamente com avaliação psicológica de trânsito em clínica credenciada ao Detran de Minas Gerais -,
bem como a participação da autora em diversos eventos fora da universidade, (congressos e grupos de
estudo sobre a temática), fazendo o exercício constante de atualização e revisão das próprias análises e
conclusões sobre as técnicas escolhidas para o trabalho.
O estudo e as discussões sobre as técnicas projetivas possibilitaram traçar uma linha de
pensamento, por meio da qual foi possível compreender os aspectos multiculturais e históricos em que as
técnicas estão inseridas, ampliando o conhecimento e a discussão sobre a análise da personalidade. Desse
modo, a pesquisa buscou desenvolver fundamentação teórica, história, análise, reflexão, o novo, a dúvida e
o constante movimento dinâmico da ciência psicológica, especialmente no âmbito do trânsito.
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Justificativa e objetivos gerais
A avaliação psicológica no Brasil, especialmente através de técnicas projetivas, é essencial para
compreender a personalidade e os conflitos intrapsíquicos dos indivíduos. Essas ferramentas não apenas
servem para diagnósticos, mas também facilitam o diálogo entre avaliador e avaliado, acessando conteúdos
inconscientes frequentemente não verbalizados.
A prática clínica contemporânea integra essas técnicas em diversas áreas, como a educação e a
pesquisa, demonstrando eficácia na avaliação de condutores, onde traços de personalidade que
influenciam comportamentos de risco no trânsito são investigados. A utilização de instrumentos como o
Teste de Rorschach pode informar intervenções educativas e políticas públicas, promovendo uma
abordagem holística para a segurança viária. A continuidade da pesquisa é crucial para o desenvolvimento
de estratégias que visem a redução de acidentes e a promoção de um trânsito mais seguro.
Após mais de 25 anos de experiência em Avaliação Psicológica, a autora busca um doutorado para
se manter atualizada no campo do conhecimento. O psicodiagnóstico, segundo Peres & Justo (2005), visa
avaliar fenômenos psíquicos por meio da análise de comportamentos e das forças e fraquezas do indivíduo,
utilizando diversos instrumentos. Apesar da importância dos testes psicológicos, há limitações que
dificultam a interpretação e a escolha de métodos adequados. As técnicas projetivas, embora valorizadas,
enfrentam desconfiança científica devido à sua subjetividade. O domínio teórico sobre essas técnicas é
crucial para garantir a fidedignidade das interpretações.
A proposta objetivou integrar teoria e prática em Avaliação Psicológica, utilizando três técnicas
projetivas específicas: as Pirâmides Coloridas de Pfister, o Z- SEP e o Questionário Desiderativo, explorando
suas convergências e divergências. A escolha cuidadosa de instrumentos é fundamental para a realização
de avaliações precisas e éticas, permitindo uma compreensão mais profunda da personalidade e
comportamentos dos avaliados. Os objetivos deste estudo são fundamentais para aprofundar a
compreensão das dinâmicas psicológicas de uma amostra não clínica composta por 40 candidatos à
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Carteira Nacional de Habilitação, equilibrando a representação de gêneros e abrangendo a faixa etária de
18 a 28 anos.
Primeiramente, busca-se identificar coincidências e divergências nos resultados obtidos a partir de
uma bateria de testes projetivos, permitindo uma análise mais robusta e sensível dos dados diagnósticos.
Para atingir esse objetivo geral, o estudo se propõe a investigar de forma específica as projeções de
pulsões e desejos por meio de diferentes instrumentos projetivos, avaliando a validade concorrente dessas
técnicas. Essa abordagem permitirá entender como diferentes ferramentas podem capturar aspectos
similares ou distintos da psique dos avaliados. Adicionalmente, pretende-se examinar a capacidade de
adaptação e as defesas psicológicas dos participantes, triangulando dados de diversas metodologias para
obter um panorama mais completo. Essa triangulação é essencial, pois possibilita que se identifique não
apenas os mecanismos de defesa, mas também as nuances de adaptação que os indivíduos utilizam em
diferentes contextos.
Outro ponto importante é a investigação das coincidências e divergências nos constructos
estudados, utilizando uma abordagem interteste. Considera-se esta análise crucial para determinar se as
técnicas projetivas empregadas convergem em suas conclusões ou se revelam variações significativas,
contribuindo assim para o entendimento das particularidades de cada instrumento.
Por fim, o estudo se propõe a explorar a soma, complementaridade ou integração entre as técnicas
utilizadas. Esse aspecto é vital, pois pode indicar como diferentes métodos podem ser combinados para
enriquecer a avaliação psicológica, oferecendo uma visão mais holística e abrangente das características
psicológicas dos candidatos. Com esses objetivos, a pesquisa almeja não apenas gerar conhecimento, mas
também aprimorar as práticas de avaliação psicológica no contexto da habilitação de condutores.
O estudo dos métodos projetivos é justificado por sua importância científica e acadêmica,
especialmente na exploração e diagnóstico psicológico. Embora valorizados na prática clínica, esses
métodos muitas vezes são mal utilizados, gerando desconfiança devido às dificuldades na interpretação dos
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resultados. Assim, pesquisas que elevem o status científico desses métodos e suas contribuições são
essenciais para o avanço da avaliação psicológica.
A necessidade de avaliar o comportamento humano é crescente em contextos como aquisição de
porte de arma, obtenção da Carteira Nacional de Habilitação e certificação de pilotos, áreas que impactam
a saúde mental dos avaliados e a segurança pública. Nesse cenário, a precisão e confiabilidade das
avaliações são cruciais para decisões informadas sobre a aptidão para atividades que envolvem riscos.
A pesquisa também visa compilar um material didático acessível para alunos e profissionais
iniciantes, destacando a importância da maturidade e sensibilidade na escolha e aplicação de instrumentos
de avaliação. Além disso, a ética na manipulação das informações obtidas é fundamental, assim como a
atualização constante sobre diretrizes e interpretações.
A investigação analisa a eficácia de três técnicas projetivas, buscando validar essas ferramentas no
contexto da avaliação psicológica para condutores. Os resultados pretendem fundamentar decisões sobre a
aptidão dos motoristas, contribuindo para a segurança viária. Os achados podem influenciar políticas
públicas relacionadas à formação de motoristas e à avaliação psicológica para a habilitação, além de
orientar programas de capacitação para psicólogos.
Por fim, a pesquisa estimula novas investigações sobre a aplicação de técnicas projetivas em
contextos específicos, ampliando a compreensão da psicologia de trânsito e identificando perfis
psicológicos que podem informar estratégias de intervenção para comportamentos de risco. Isso fortalece
a conexão entre teoria e prática na psicologia de trânsito.
Avaliação psicológica no Brasil
O panorama da avaliação psicológica no Brasil, especialmente no contexto do trânsito, é marcado
por um desenvolvimento histórico que reflete tanto avanços quanto desafios enfrentados pela profissão.
Segundo Alchieri e Noronha (2005), as técnicas de avaliação têm sido objeto de questionamentos,
especialmente quanto à sua qualidade e ao manejo por parte dos psicólogos. Desde a regulamentação da
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profissão em 1962, com a Lei nº 4.119, a avaliação psicológica ganhou status formal, embora persistam
dificuldades, como a confusão entre avaliação e testagem psicológica, e a má qualidade psicométrica dos
instrumentos utilizados (Bueno & Peixoto, 2018).
Historicamente, a avaliação psicológica no trânsito no Brasil começou a se estruturar na década de
1940, com o primeiro Código Nacional de Trânsito (1941), que estabeleceu a necessidade de exames
psicológicos para obtenção da habilitação.
Com a modernização da infraestrutura e a popularização do automóvel na década de 1950,
surgiram as primeiras discussões sobre o perfil psicofisiológico adequado para motoristas (Alchieri, 2007). A
criação dos Departamentos de Trânsito (DETRANs) e o desenvolvimento da Psicologia do Trânsito como
subárea da Psicologia se consolidaram entre as décadas de 60 e 70.
No entanto, a inclusão do exame psicológico na habilitação foi alvo de controvérsias, culminando
em vetos e reavaliações políticas que refletiram a mobilização da categoria profissional. A regulamentação
do Código de Trânsito Brasileiro em 1997, que incorporou o exame psicológico como requisito, marcou um
avanço significativo para a segurança viária.
Nas últimas décadas, a atuação do psicólogo no trânsito foi formalizada por meio de diversas
resoluções e normativas, incluindo a Resolução CFP nº 31/2022 e a Resolução do CONTRAN nº 927/22, que
estabelecem diretrizes e procedimentos para a avaliação psicológica de condutores. A criação de
instituições como a Rede Latino- Americana de Psicologia do Trânsito (Relapsitran) também contribuiu para
o intercâmbio de conhecimentos na área.
Apesar dos avanços, ainda existem desafios significativos, como a necessidade de formação
adequada dos profissionais e o aprimoramento contínuo dos instrumentos de avaliação, para garantir a
eficácia e a ética nos processos de avaliação psicológica, especialmente em contextos sensíveis como o
trânsito. A constante atualização e o comprometimento com a qualidade técnica são fundamentais para o
fortalecimento da Psicologia e a promoção de um trânsito mais seguro no Brasil.
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As técnicas projetivas, surgidas na década de 1920 com o Método de Rorschach, são instrumentos
que exploram aspectos dinâmicos da personalidade através de uma abordagem qualitativa e interpretativa.
Estudos, como os de Fensterseifer e Werlang (2008), destacam a importância dessas ferramentas na
avaliação da personalidade e na identificação de psicopatologias, ressaltando a necessidade de atenção às
propriedades psicométricas. Entre as técnicas analisadas, o Teste das Pirâmides Coloridas de Pfister
investiga a relação entre cor e emoção, evidenciando a influência da percepção visual no estado emocional.
O Z-SEP e o Questionário Desiderativo abordam a personalidade e a dinâmica dos desejos e defesas do
indivíduo, oferecendo insights sobre suas relações interpessoais e conflitos internos. A análise preditiva do
Questionário permite prever comportamentos e estados emocionais, reforçando sua relevância na
avaliação psicológica e na intervenção terapêutica.
Aspectos psicodinâmicos analisados nas técnicas projetivas
Este trabalho aborda de maneira aprofundada os aspectos psicodinâmicos relacionados à pulsão,
adaptação e defesas, que são identificados por meio do mecanismo de projeção nas técnicas projetivas.
Segundo Roudinesco e Plon (1998), a projeção é uma defesa primária do psiquismo humano, onde o sujeito
atribui a objetos externos desejos oriundos de seu inconsciente, permitindo uma coleta de informações
durante a avaliação psicológica.
Freud (1915) explora a relação entre pulsão e projeção, destacando que a pulsão de vida e a pulsão
de morte coexistem na dinâmica psíquica. A pulsão consistiria numa espécie de energia psíquica que tende
a levar o indivíduo à ação, para aliviar a tensão resultante do acúmulo de energia pulsional. Trata-se de um
conceito fronteiriço entre o somático e o psíquico. Freud descreveu duas forças pulsionais opostas: a sexual
(erótica ou fisicamente gratificante) e a agressiva ou destrutiva. Suas descrições encararam essas forças
antagônicas, ou como mantenedoras da vida ou como incitadoras da morte, respectivamente. Tal
antagonismo não costuma ser visível ou consciente, e a maioria de nossos pensamentos e ações é evocada
por essas duas forças instintivas em combinação. (FREUD, S., 1987).
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Isto é, a pulsão de vida busca a ligação e satisfação, enquanto a pulsão de morte tende à
autodestruição, manifestando-se externamente como agressividade. Nesse contexto, a adaptação do ego é
crucial, sendo o ego um órgão de organização que se desenvolve em interação com a realidade externa. As
defesas do ego, conforme a visão psicanalítica, atuam para evitar o desprazer e manter o equilíbrio
psíquico, sendo operadas inconscientemente para lidar com conflitos internos e externos.
Sneiderman (2003) enfatiza a capacidade adaptativa do indivíduo em relação a seus desejos e
defesas, revelando como essas dinâmicas influenciam as escolhas e comportamentos. Além disso, os
mecanismos de defesa são classificados em funcionais e patológicos, variando na eficácia e no esforço
psíquico demandado pelo ego para mantê-los. O estudo das defesas é fundamental para compreender as
interações entre pulsões, desejos e a estrutura do ego, assim como suas implicações na avaliação
psicológica.
Delimitação metodológica
A metodologia descritiva utilizada na pesquisa permitiu a análise dos dados de forma objetiva, sem
a interferência do pesquisador, respeitando normas rigorosas. A abordagem qualitativa visou compreender
a personalidade como uma unidade dinâmica, fundamentada em perspectivas psicanalíticas, características
dos estudos projetivos. Foram selecionadas três técnicas projetivas: o Teste das Pirâmides Coloridas de
Pfister, que avalia traços de personalidade não verbalmente; o Teste Z- SEP, que usa manchas de tinta para
evocar respostas projetivas; e o Questionário Desiderativo, que incentiva a produção verbal. Essas
ferramentas são validadas por pesquisas qualitativas e têm aplicação tanto em contextos clínicos quanto
acadêmicos.
A discussão também aborda os desafios da validação dessas técnicas, ressaltando sua importância
na avaliação neuropsicológica e no diagnóstico de dificuldades de aprendizagem no Brasil. A variação de
resultados entre avaliadores, frequentemente criticada, é apresentada como uma característica das
avaliações qualitativas, onde a coerência dos achados é priorizada. Por fim, a seção distingue entre
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abordagens quantitativas e qualitativas, enfatizando a interpretação e a subjetividade do avaliador como
elementos centrais no processo de validação.
O objetivo foi fornecer uma compreensão profunda da avaliação psicológica, priorizando a
qualidade das informações sobre a mensuração quantitativa, através de métodos como entrevistas e
observações participantes. As unidades de análise incluem aspectos das respostas em três instrumentos: o
Teste das Pirâmides Coloridas de Pfister, o Questionário Desiderativo e o Z-SEP, focando em cores, símbolos
e verbalizações, respectivamente.
A amostra foi composta por 40 candidatos à Carteira Nacional de Habilitação (CNH) em Uberlândia,
Minas Gerais, sendo 20 homens e 20 mulheres entre 18 e 28 anos, escolhidos a partir de critérios que
garantiam a aptidão na avaliação psicológica. Os critérios de inclusão e exclusão foram rigorosamente
estabelecidos para assegurar a validade dos dados, com foco na proteção da identidade dos participantes.
O procedimento para a seleção da amostra envolveu a avaliação psicológica obrigatória para
candidatos à CNH, realizada em uma clínica credenciada. Após a avaliação, a psicóloga apresentava o
projeto de pesquisa aos candidatos considerados aptos, convidando-os a participar. Essa abordagem
buscou respeitar as normas da avaliação psicológica e garantir o sigilo dos participantes.
Esta proposta investigativa foi submetida à avaliação na Plataforma Brasi l- sistema eletrônico que
registra pesquisas que envolvem seres humanos no CEP/Conep -, tendo sido aprovado pelo Comitê de Ética
5105 - Faculdade de Minas Muriaé - FAMINAS, conforme CAAE 56949622.4.0000.5105.
Resultados
Os resultados apontam para a invariância intertestes, entendida como a consistência e estabilidade
dos resultados obtidos em diferentes testes que avaliam o mesmo construto. Essa invariância é crucial no
contexto psicológico, uma vez que sugere que, mesmo com o uso de métodos ou instrumentos distintos, os
resultados das avaliações tendem a ser coerentes, proporcionando maior segurança ao avaliador. Esse
aspecto é especialmente relevante em contextos em que múltiplos testes projetivos ou psicométricos são
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aplicados para corroborar diagnósticos, como na classificação de indivíduos como aptos ou inapto. A seguir,
apresentamos uma tabela criada para esta análise dos instrumentos projetivos, conforme proposta desta
pesquisa:
Tabela 1: Investigação dos constructos estudados e exploração e complementaridade ou integração entre
as técnicas utilizadas.
VARIÁVEIS
PFISTER
Q.D
Z-Sep
Fundamentação
teórica
As Pirâmides
Coloridas de Pfister
(2005) se
fundamentam pela
investigação ao
estímulo das cores,
depois relacionado aos
estados afetivos, com
ajuda do Rorschach e a
teoria psicanalítica
freudiana e pós
freudiana.
O Questionário
Desiderativo
(Sneiderman, 2012)
possui fundamentação
psicanalítica, freudiana e
pós freudiana e o
Algoritmo de David
Liberman (ADL)
(Maldavsky, 2012).
O Zulliger no Sistema da Escola
de Paris (2019) possui
fundamentação tanto
fenomenológica quanto a
psicanálítica freudiana e pós
freudiana.
Características do
instrumento
O teste das pirâmides
coloridas de Pfister é
um instrumento que
por suas
características,
enquanto tarefa
proposta ao
examinando, supera
as limitações, seja de
provas verbais, seja
de provas que
requeiram
habilidades ou
familiaridade com
material gráfico, é de
fácil aplicação e
acessível a qualquer
idade, além de ser
rápido e lúdico,
tornando-se
geralmente uma
atividade agradável,
mostrando-se assim
O QD é uma técnica
projetiva de estimulação
e produção verbal que
apresenta uma simples
consigna e administração
alcança respostas que
permitem aprofundar o
conhecimento da
subjetividade. Ela
explora os desejos
pulsionais, os
mecanismos de defesa e
também o grau de
organização e fortaleza
egóica, bem como o
repertório de defesas e
suas eficácias. Indica
conflitos e pontos de
fixação predominantes,
capacidade de
simbolizar, elaborar
perdas, criatividade,
tolerância à frustração e
O Z-Sep é um instrumento
inspirado no Rorschach. A
avaliação ocorre diante da
apresentação de estímulos não
estruturados, onde o indivíduo
usa os próprios recursos
subjetivos e a sua própria
dinâmica para perceber a
figura e dar significado à ela. O
sistema da Escola de Paris tem
por base os processos
associativos-perceptivos do
examinando, enfatizando as
análises qualitativas voltadas
para uma visão mais
psicodinâmica do indivíduo.
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VARIÁVEIS
PFISTER
Q.D
Z-Sep
adequado às
condições de
pacientes com
transtornos mentais
e com limitações
peculiares à
patologia ou ao
tratamento,
constituindo-se em
reflete características e
traços de carácter do
sujeito.
Objetivos
Avaliar
características da
personalidade e das
capacidades
adaptativas com
indícios de algumas
patologias. Avalia a
dinâmica afetiva e o
nível de estruturação
da personalidade do
examinando, bem
como verifica
indicadores de
desenvolvimento
cognitivo.
Exploração das
características do ego e
repertório de eficácia dos
mecanismos de defesa e
análise da capacidade de
tolerância diante de
perdas e frustrações,
detectando desejos,
valores, ideais e traços de
caráter, além de muito
sensível na detecção das
defesas e do fracasso das
defesas, incluindo a
noção da libido
intrassomática.
Avaliar as características de
personalidade; processos
afetivos, emocionais e
cognitivos; adaptação social;
adequação à realidade; saúde
mental e psicopatologias.
Público Alvo
Adultos de 18 até 66
anos de idade /
Manual específico
para crianças e
adolescentes
Adultos e idosos /
Manual específico para
crianças e adolescentes
Adultos de 18 até 92 anos de
idade.
Área de atuação
Clínica; Detran; Porte
de arma; Processo
Seletivo; Perícia;
Orientação
Profissional; dentre
outros.
Clínica; Campo forense,
trabalhista e educacional.
Detran; Porte de arma;
Processo Seletivo; Perícia;
Orientação Profissional; dentre
outros.
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VARIÁVEIS
PFISTER
Q.D
Z-Sep
Material
Manual; Jogo com
quadrículos coloridos
composto de 10
cores subdivididas em
24 tonalidades; Três
cartelas contendo o
esquema de
pirâmide; Mostruário
de cores; Folha de
protocolo.
Manual; Folha em
branco; caneta e
gravador de voz.
Manual; Cartões do teste
Zulliger originais para aplicação
individual; Protocolo de
aplicação; Folha de localização;
Cronômetro; Caneta; Caixa de
Lápis de cor.
Aplicação
Individual.
Individual.
Individual.
Duração
A partir de 30
minutos, sem limite
de tempo.
A partir de 15 minutos,
sem limite de tempo.
A partir de 30 minutos, sem
limite de tempo.
Instrução
Aqui temos uma grande
quantidade de
papeizinhos com cores
e tonalidades diversas
(nesse momento abrir a
caixa contendo os
quadrículos e despejá-
los sobre a mesa,
misturando levemente)
e o esquema de uma
pirâmide (mostrar
apenas o primeiro
cartão). Cobrindo-se os
espaços da pirâmide,
obtêm-se uma pirâmide
colorida. Você deve
fazer sua pirâmide
usando as cores que
quiser, pode trocar ou
substituir à vontade, até
que a pirâmide fique de
seu gosto, fique bonita
para você. Alguma
dúvida? Então, pode
“Vamos fazer algumas
algumas perguntas e
responda como quiseres:
Catexias Positivas “Se
você não pudesse ser
uma pessoa, o que mais
desejaria ser?” “Se você
não pudesse ser nem
uma pessoa e nem
(animal) o que mais
desejaria ser?” “Se você
não pudesse ser nem
uma pessoa, nem um
(animal), nem um
(vegetal), o que mais
desejaria ser?” Catexias
Negativas “Se você não
pudesse ser uma pessoa,
o que menos desejaria
ser?”– e assim
sucessivamente.
“Eu vou lhe apresentar três
cartões, um de cada vez. Você
vai me dizer tudo que lhe
parece ser ou lembrar em cada
cartão, e eu anotarei as suas
respostas. Não existe resposta
certa ou errada, cada pessoa
vê uma coisa diferente.
Quando você terminar de falar
tudo o que pode parecer ou
lembrar, você devolve o cartão
e fala que é só isso para que
possamos passar para o outro
cartão. E assim,
sucessivamente, até
terminarmos os três cartões.
Você o tempo que precisar,
mas eu vou anotá-lo para um
controle meu. Alguma dúvida?
Então, vamos começar.”.
Codificação das
respostas
1. Processo de
execução:
Metódico ou
sistemático;
Ordenada;
Em cada catexia positiva
e negativa, se analisará
os dados em relação:
1. Aspecto formal:
possibilidade de
Cada resposta é codificada em
quatro categorias de
classificação:
1. Localização (onde aparece
réplica das manchas):
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Vol. 28, Nro. 2 “Contribuciones del ADL
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Fecha de Recepción: 15 de octubre del 2024
Fecha de Aceptación: 28 de octubre del 2024
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VARIÁVEIS
PFISTER
Q.D
Z-Sep
Desordenada;
Relaxada.
2. Modo de
colocação:
Ascendente;
Descendente;
Colocação Direta;
Colocação Inversa;
Colocação
Alternada ou Zigue-
zague; Colocação
Simétrica;
Colocação
Diagonal;
Colocação em
Manto; Colocação
Espacial.
3. Aspecto Formal:
Tapetes (tapetes
resposta e tempo de
reação.
2. Aspecto de
conteúdo: categoria
do símbolo
escolhido;
característica do
símbolo escolhido e
argumentação
(atributos que
enfatizam coerência
entre os símbolos,
criatividade e
estereotipia, tipos de
vínculo, estado
afetivo, ações, estilo
de expressão e
linguagem,
mecanismos de
global, detalhe comum,
detalhe incomum, detalhe
no branco;
2. Determinante (percebido
através do inquérito e
busca identificar fatores
que determinaram a
resposta): forma, cor
cromática, cor acromática,
sinestesia, esfumaçado,
disforia;
Conteúdo (dados explicitados
no inquérito): humano, animal,
abstração, anatomia,
arquitetura, arte, ciência,
elementos, fragmentos,
geografia, mascara, natureza,
objeto, paisagem, planta,
Análise
quantitativa
Possui uma folha com a
codificação das
respostas que devem
ser repassadas para
tabela para que seja
feita contagem das
cores utilizadas em cada
pirâmide para depois
transformar tais valores
em porcentagens. Com
este dado em mãos,
pode-se verificar a
análise quantitativa das
cores, dos
agrupamentos de cores
em duplas e síndromes,
da fórmula cromática e
dos dados de análises
complementares.
Não existe um protocolo
a ser preenchido,
entretanto, é indicado no
manual que se crie
tabelas com a frequência
de respostas das catexias
positivas, outra das
catexias negativas
buscando comparar os
pares e as respostas de
mesmas catexias.
Análise quantitativa do teste de
Zulliger também conhecido
como Psicograma, codificação
das respostas do protocolo que
devem ser repassadas para
tabela para que sejam feitos
cálculos de cada fator a ser
analisado.
Deve-se identificar a
Localização, Determinantes,
Conteúdos e Banalidades. O
foco está no que é visto
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VARIÁVEIS
PFISTER
Q.D
Z-Sep
Análise
qualitativa
Pode ser realizado por
meio da classificação do
processo de execução, o
modo de colocação, o
aspecto formal de cada
uma das três pirâmides.
O olhar cuidadoso do
examinador é capaz de
detectar características
particulares do
comportamento da
pessoa durante a prova,
e da escolha da
pirâmide mais bonita e
dá menos bonita, da cor
que é mais e a que é
menos bonita para ele, e
a cor que é mais e
menos bonita no teste.
Pode ser realizado por
meio da possibilidade de
responder às consignas e
o tempo de reação. Em
relação ao aspecto do
conteúdo, a categoria e as
características dos
símbolos escolhidos.
Através da análise de
cada argumentação
avaliando coerência,
criatividade,
estereotipia, tipo de
vinculo, estado afetivo,
associações motriz, estilo
de linguagem,
mecanismos de defesas,
além de formulação de
hipóteses a respeito da
erogenidade prevalente,
defesas predominantes e
complementares,
capacidade de
elaboração de perdas,
grau de fortaleza do ego
e do estado do ego.
Pode ser realizada por meio da
reação e análise das respostas
dadas pelo sujeito frente aos
cartões. O olhar cuidadoso do
examinador é capaz de detectar
características particulares da
pessoa através da maneira
como ela se expressa. O foco
está em como é visto.
Fidedignidade
Para realização deste
trabalho foi feito um
estudo tanto com a
população de pacientes
quanto de não
pacientes. Dois
importantes dados de
análise requerem
classificação pautada em
critérios previamente
estabelecidos: aspecto
formal e fórmula
cromática. Na avaliação
entre juízes o objetivo
foi verificar o grau de
concordância entre
avaliadores em relação
à codificação de
protocolos.
Evidências de precisão
dos resultados do
Questionário
Desiderativo foram
levantados através de
uma correlação dos
estudos pré-existentes
de Elsa Grassano ao final
dos anos 1980 com as
tabelas para as Frases
que formam parte do
ADL de tal maneira que
confeccionamos uma
nova taxonomia.
Evidências de precisão dos
resultados do teste de Zulliger
foram levantadas por meio de
teste/reteste e do acordo entre
avaliadores.
Buscou-se como procedimento
teste/reteste identificar a
estabilidade temporal nas
variáveis: localização,
determinante, conteúdo e
banalidade. Na avaliação entre
juízes o objetivo foi verificar o
grau de concordância entre
avaliadores em relação à
codificação de protocolos. A
maioria das variáveis atingiu
índices de moderados a muito
bons, reforçando que o teste
produz resultados confiáveis.
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VARIÁVEIS
PFISTER
Q.D
Z-Sep
Validade
A estratégia de buscar
evidência de validade
no Pfister foi por meio
da validação de critérios,
especialmente, validade
concorrente. Um grupo
de não paciente nunca
tiveram episódios
sintomáticos
decorrentes de
transtorno mental; um
segundo grupo
chamado de “clínico” foi
constituído por
alcoolistas,
esquizofrênicos,
depressivos, transtorno
de pânico, de
transtorno obsessivo e
de somatoformes. A
partir da equação
resultante da análise de
cada patologia, é
possível indicar a
eficácia geral do teste
em identificar pessoas
dos grupos
Evidências de precisão dos
resultados do
Questionário
Desiderativo foram
levantados através de
uma correlação dos
estudos pré-existentes de
Elsa Grassano ao final dos
anos 1980 com as tabelas
para as Frases que
formam parte do ADL de
tal maneira que
confeccionamos uma
nova taxonomia.
O estudo foi conduzido para
levantar evidências de validade,
de critérios (apto ou inapto) do
teste Zulliger em avaliação de
porte de arma de fogo. Diante
dos resultados alcançados, o
Zulliger apresentou evidências
de validade neste sentido; foi
capaz de discriminar com os
indicadores as pessoas que
devem ou não ter o porte de
arma de fogo.
Indicadores de
Aptidão
Aspecto formal
(ausência de tapetes
desequilibrado s);
Presença das cores
relacionadas à síndrome
de normalidade (azul,
vermelho, verde);
Freqüência descritiva
para síndromes cromáticas
entre o percentil 25% e
75%;
Freqüência descritiva
de cores entre o percentil
25% e 75%;
Ausência de constância
absoluta da cor marrom;
Ausência do
Possibilidade de
resposta e tempo de
reação, categoria e
característica do símbolo
escolhido e argumentação;
Ausência de supremacia
de uma erogeneidade;
Defesas predominantes
e complementare s;
Capacidade de
elaboração de perdas;
Grau de fortaleza do ego
e do estado do ego;
Tempo de resposta
adequado;
Ausência da prevalência
Adaptação à realidade (Ban);
Juízo crítico (F+) preservado;
Adaptação social com
maturidade (H > (H) + Hd);
Controle emocional e
impulsividade adequada (FC > C +
CF e TL);
Agressividade adequada
(análise dos conteúdos e
cinestesias);
Ansiedade e angústia
adequadas (Dd, F-; análise de
conteúdos e determinantes de
angústia).
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Na análise das três técnicas projetivas, observou-se uma consistência em relação aos traços de
personalidade dos sujeitos, o que confere maior confiança ao avaliador na emissão de diagnósticos, como
nas avaliações psicológicas para a obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH). Assim, se um
candidato é considerado apto em todos os testes, ele será classificado como tal, independentemente de
pequenas divergências teóricas entre os instrumentos.
Além disso, a pesquisa destaca que aspectos como ansiedade situacional e instabilidade,
identificados em um teste, tendem a ser observados de forma semelhante nos outros instrumentos,
garantindo a coerência das avaliações. As variações entre os testes refletem a sensibilidade diagnóstica,
sem, no entanto, impactar a classificação final de apto ou inapto.
Com base em dados quantitativos e qualitativos, a pesquisa fundamenta a segurança diagnóstica
que a autora, com 30 anos de experiência como professora e psicóloga do trânsito, sempre buscou. A
amostra analisada, assim como outras pesquisas anteriores, reafirma que os resultados conclusivos de apto
ou inapto permanecem invariáveis em uma bateria de intertestes, evidenciando a consistência dos
instrumentos utilizados.
Considerações finais
Em conclusão, os resultados desta pesquisa indicam que não houve predominância de um
instrumento sobre os outros, sendo a interpretação das respostas particularmente dependente da
colaboração entre juízes, especialmente nos testes verbais. No que diz respeito às classificações de aptidão,
os sujeitos avaliados se mostraram consistentemente "aptos" ou "inaptos" em todos os três instrumentos
projetivos utilizados. Embora tenhamos identificado variáveis comuns entre os testes de Pfister e Z-Sep, as
divergências surgiram na precisão das comparações intertestes e na associação com o Questionário
Desiderativo. Isso sugere a necessidade de pesquisas futuras que comparem pares específicos de
instrumentos, como Pfister e Z- Sep ou Pfister e Questionário Desiderativo.
Em termos de sensibilidade diagnóstica, todos os instrumentos demonstraram boa eficácia na
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avaliação psicológica para o trânsito, considerando a amostra e o escopo da pesquisa. Destaca-se, em
particular, a alta sensibilidade do Questionário Desiderativo, que se destacou em validade preditiva e
prognóstico. Este instrumento se mostrou eficaz na investigação das defesas e fixações erógenas,
oferecendo hipóteses diagnósticas sobre o estado do ego dos sujeitos. Sua aplicação rápida e econômica
proporciona insights valiosos sobre capacidade simbólica, tolerância à frustração e elaboração de perdas.
A interpretação das respostas, que abrange tanto aspectos positivos quanto negativos, permite a
identificação de defesas recorrentes e a adaptabilidade dos indivíduos. Os Indicadores de Interpretação,
fundamentados em pesquisas anteriores, focam na análise das expressões verbais e paraverbais dos
sujeitos, destacando a formalidade da comunicação e a coesão entre símbolo e argumentação. Esta técnica
é eficaz na detecção de pulsões e defesas, especialmente em contextos relacionados à desvalorização.
Os dados sugerem que as respostas podem variar conforme o gênero, a utilização de clichês
simbólicos e as sequências de defesas e fixações. O Questionário Desiderativo se revela uma abordagem
sensata para explorar indicadores de libido intrassomática, sendo especialmente útil para profissionais que
buscam rigor metodológico e coerência conceitual. A ampliação do repertório conceitual pode enriquecer a
abordagem diagnóstica, desvelando aspectos mais profundos da expressão da libido intrassomática,
frequentemente limitada na verbalização.
Finalmente, é importante ressaltar que diversas pesquisas estão em andamento no Brasil sobre os
instrumentos abordados neste estudo. A validação do Questionário Desiderativo pelo SATEPSI e as
atualizações dos testes de Pfister e Z- Sep em diferentes populações estão mobilizando novas discussões e
avanços em múltiplos campos de atuação, abrindo caminhos para investigações futuras sobre a
aplicabilidade desses instrumentos. Faz-se cada vez mais necessário a realização de instrumentos projetivos
diversos no âmbito da avaliação psicológica, tendo em vista evidenciar a qualidade e validação dos
mesmos.
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