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137
Resultados finais do estudo dos símbolos e dos desejos com o Z-Teste e Questionário Desiderativo na
avaliação psicológica da personalidade para uso e o porte de armas de fogo no Brasil.
Resultados finales del estudio de símbolos y deseos con el Z-Test y Cuestionario Desiderativo en la
evaluación psicológica de la personalidad para el uso y porte de armas de fuego en Brasil.
Final results of the study of symbols and desires with the Z-Test and Desiderative Questionnaire in the
psychological assessment of personality for the use and carrying of firearms in Brazil.
Gabriel Arruda Burani
1
ARK CAICYT: https://id.caicyt.gov.ar/ark:/s18527310/lihhdnnzd
Resumo
Este artigo traz os resultados da tese de doutorado em Psicologia da UCES “Um estudo dos
símbolos e dos desejos com o ZTeste e Questionário Desiderativo na avaliação psicológica da personalidade
para uso e o porte de armas de fogo no Brasil”. Utilizamos 211 protocolos de testes, de homens com idades
entre 30 e 60 anos (Média=44,14 anos) submetidos a avaliação psicológica para uso de armas de fogo,
entre 2016 e 2023; Aprovação do Comitê de Ética, CAAE: 42474920.4.0000.0123. Os símbolos e
argumentos de cada resposta foram analisados e classificados de acordo com a erogeneidade prevalente.
Das análises resultou a correlação forte, r= 0,93 (Dancey & Reidy, 2006) e correlação quase perfeita
(Hopkins, 2000). Esta robustez do método permite afirmar que a interpretação das respostas qualitativas
por meio das erogeneidades é válida, confiável e podem ser um recurso adicional na avaliação psicológica
ao manuseio de armas de fogo.
Palavras-chave
1
Doutor em Psicologia pela Universidad de Ciencias Empresariales y Sociales UCES (2024, Buenos Aires, Argentina).
Mestre em Tecnologias Emergentes da Educação pela MUST University (Flórida, EUA, 2022) e Mestre em Psicologia
Infantil e Adolescente (ESNECA, Espanha, 2021). Especialista em Avaliação Psicológica (CRP-SP-2020) e em Psicologia do
Trân- sito (UNIP/FACIMA - 2014). Psicólogo (UNIMEP, 2009). Docente de graduação e docente lato sensu e stricto sensu.
Pesquisador autor de publicações em Tecnologias Emergentes para Educação, Avaliação Psicológica, Desenvolvimento
Humano, Educação, Personalidade e Testes Projetivos. E-mail: prof.gaburani@gmail.com
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138
Armas de Fogo, Avaliação psicológica, Personalidade, Questionário Desiderativo, Zulliger.
Resumen
Este artículo presenta los resultados de la tesis doctoral en Psicología de la UCES “Un estudio de
símbolos y deseos con el ZTest y el Cuestionario Desiderativo en la evaluación psicológica de la personalidad
para el uso y porte de armas de fuego en Brasil”. Se utilizaron 211 protocolos de prueba, de hombres con
edades entre 30 y 60 os (Promedio=44,14 os) sometidos a evaluación psicológica por el uso de armas
de fuego, entre 2016 y 2023; Aprobación del Comité de Ética, CAAE: 42474920.4.0000.0123. Los símbolos y
argumentos de cada respuesta fueron analizados y clasificados según la erogeneidad predominante. Los
análisis dieron como resultado una fuerte correlación, r= 0,93 (Dancey & Reidy, 2006) y una correlación casi
perfecta (Hopkins, 2000). Esta robustez del método nos permite afirmar que la interpretación de respuestas
cualitativas a través de erogeneidades es válida, confiable y puede ser un recurso adicional en la evaluación
psicológica del manejo de armas de fuego.
Palabras clave
Armas de fuego, Evaluación psicológica, Personalidad, Cuestionario Desiderativo, Zulliger.
Abstract
This article presents the results of the doctoral thesis in Psychology from UCES “A study of symbols
and desires with the Z-Test and Desire Questionnaire in the psychological evaluation of personality for use
and carrying of firearms in Brazil”. We used 211 test protocols of men aged between 30 and 60 years
(Mean=44.14 years) submitted to psychological evaluation for use of firearms, between 2016 and 2023;
Approval of the Ethics Committee, CAAE: 42474920.4.0000.0123. The symbols and arguments of each
response were analyzed and classified according to the prevalent erogeneity. The analyses resulted in a
strong correlation, r= 0.93 (Dancey & Reidy, 2006) and an almost perfect correlation (Hopkins, 2000). This
robustness of the method allows us to state that the interpretation of qualitative responses through

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139
erogeneities is valid, reliable and can be an additional resource in the psychological assessment of firearm
handling.
Keywords
Firearms, Psychological assessment, Personality, Desiderative Questionnaire, Zulliger.
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140
Regulamentado na Lei 10.826/2003, o uso e porte da arma de fogo no Brasil passou a ser controlado
pelo Departamento de Polícia Federal. Ao cidadão é garantida a posse de armas de fogo e permitido seu
porte desde que atendidas uma série de exigências e comprovações legais, dentre elas a aptidão psicológica
ao uso e porte de armas de fogo, realizada por psicólogo credenciado pela Polícia Federal. As recentes
mudanças da regulamentação ao uso e ao porte de armas de fogo no Brasil, ocorridas em 2019, estenderam
os prazos quanto à validade da documentação comprobatória de aptidão ao uso e posse de armas de fogo
junto a Polícia Federal e o Exército brasileiro. Desta forma as avaliações psicológicas que ocorriam a cada dois
a cinco anos, tiveram seus prazos de validade aumentados para 10 anos, posteriormente retornaram para 5
anos. Toda esta mudança de legislação sinaliza de forma urgente a necessidade de instrumentos mais
precisos para a avaliação psicológica.
Esta pesquisa buscou apresentar embasamento teórico-prático de instrumentos capazes de
paramentar o psicólogo avaliador na finalidade de compreender a personalidade dos candidatos ao uso e
manuseio de armas de fogo, utilizando dois testes de personalidade Z-teste e Questionário Desiderativo e
sua interpretação qualitativa baseada em teorias pós-freudianas atuais.
Marco Teórico
Sigmund Freud referia-se aos seus estudos como uma metapsicologia, onde o aparelho mental seria
fonte dos desejos e defesas do homem (Laplanche y Pontalis, 2013). Para Freud (1920) todo indivíduo é
constituído por pulsões de vida (Eros) e de Morte (Tanatos). As pulsões de vida e do prazer são responsáveis
pelo funcionamento adequado das funções básicas: a autoconservação da vida e o prazer. a pulsão de
morte, tem como seu objetivo a finitude do ser. Ao nascer o homem é campo de batalhas do primeiro conflito
entre as pulsões de vida e de morte: a vida da criança combate à inércia, ao manter-se constante. É preciso
que a pulsão de vida se ligue de forma eficaz à pulsão de morte para neutralizá-la, impedindo que a inércia,
o marasmo e a morte. É como colocar um freio contra a pulsão de morte: se eficaz, é sucesso que se permita
o surgimento das primeiras inscrições mnêmicas de forma qualitativa.
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141
A pulsão de morte, impõe às pulsões de autoconservação (vida e sexuais) sua finitude. É a vigência
da compulsão e repetição. Será foco do tema daquilo que se busca alguma inscrição psíquica sem sucesso. O
afeto é representante qualitativo da pulsão. As pulsões de autoconservação têm como seu princípio a
constância, já a pulsão de morte tem como seu princípio a inércia.
Emergem as pulsões sexuais que, por sua vez, tem como princípio o prazer. As pulsões de vida, se
ligadas com sucesso a pulsão de morte, resultam numa constância. Se por outro lado, a pulsão de morte tem
sucesso em resistir a ligação, acaba por afetar as pulsões de vida e a sexual: se afetada a pulsão sexual,
transforma aquilo que seria fonte de prazer no desprazer. Aqui emergem as neuroses tóxicas ou traumáticas
(Maldavsky, 1997) que, além de causar um desprazer, ataca as pulsões de autoconservação. Uma vez livre, a
pulsão de morte é capaz de atacar outras pulsões e neste sentido, ocupando os chamados elementos gerais,
surgem os mecanismos de defesa. Quando ausentes as defesas as pulsões chegam a seus destinos de forma
adaptativa. Por outro lado, se desligada da pulsão de vida a pulsão de morte a ataca, erguem-se as defesas.
E para cada defesa, existem erogeneidades que estão em ação.
Etapas Psicossexuais
Para Freud (1915) dentre as chamadas pulsões de vida, estão as pulsões sexuais ou libidinais e, nelas
estão implícitas um maior esforço psíquico que emerge o prazer: as ações têm significação libidinal. Desta
forma, é correto pensar que o desejo tem como objetivo o prazer que determinada zona erógena
proporciona.
A intensidade de cada impulso pulsão sexual faz com que a criança sinta e vivencie distintos níveis
de prazer à medida que se desenvolve. Este jogo oscilante entre as fixações libidinais serve como um
movimento de progressão oscilante, frente ao desenvolvimento da maturidade do sujeito.
Las distintas fases del movimiento oscilatório son resultado, en parte, de procesos
orgánicos internos de la evolución, y por otra parte, de las experiencias relacionadas con el
mundo exterior. Estas experiencias pueden tener un efecto inhibior o libertador, pero pueden
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142
fijar también la libido, ofreciendo una satisfación intensa, o tentarla a volver a posiciones
libidinosas ya abandonadas (Sterba, 1974, p. 88-89).
Os chamados impulsos pulsões parciais subordinados à zona erógena genital, está reduzida em
intensidade proporcionalmente para aumento da carga de prazer final na fase genital. Este é resultado do
movimento interno evolutivo da criança e sua relação com o mundo exterior.
Ainda que Freud tenha citado em sua extensa obra as diversas fases, foi Karl Abraham
(1973) quem organizou formalmente cada fase do desenvolvimento psicossexual infantil. Sterba
(1974) define que a experiência de bem-estar e sensação de prazer e satisfação, são de suma
importância para pensarmos na significação libidinal de cada sujeito. Ao ser observado o
desenvolvimento da criança, é possível identificar certa ordem de fixação nestas zonas erógenas
que podem ser chamadas de etapas psicossexuais: fase oral, fase anal e fase fálica, cada uma
com duas etapas.
Os pontos de fixação que se formam no curso do desenvolvimento da libido determinação até que nível de
organização a libido do indivíduo avançará e até que nível ela regredi no caso de uma enfermidade
neurótica (Abraham, 1973, p. 86-87).
Para Maldavsky (2013), o repertório de pulsões e desejos tem como correspondentes além das seis
categorias de origem em zonas de libido, uma sétima fase chamada Libido Intrassomática, a partir de um
conceito citado por Freud (1926), no texto “Inibição, sintoma e angústia´”, em que afirma que energia
pulsional no nascimento está centrada nos órgãos internos do bebê, ou seja, coração e pulmões.
Compreende o período da vida intrauterina e os primeiros momentos após o nascimento, é adjacente à fase
oral primária, sendo um estágio considerado pré-oral (Sneiderman, 2012).
A lógica que preponderava na Libido Intrassomática é a de um corpo não simbólico, um corpo de
processos químicos, neuronais e de estados puramente corporais. A falha na simbolização leva a descrever
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143
coisas concretas ou fazer alusão aos estados corporais, como por exemplo frio, calor, fome, sede e sono.
Quando o agente externo não tem sucesso de neutralizar e equilibrar a pulsão de morte, é provável que
predomine uma erogeneidade que representa a libido intrassomática.
Neste período, em relação à dinâmica das pulsões de vida e de morte, o há investidura das pulsões
de vida em outro desejo que não a libido intrassomática. Em outras palavras, não à investidura em afetos
(qualificações), mas sim nas quantidades, ritmos e frequências que mantém o bebê equilibrado,
neutralizando a pulsão de morte sem o afeto. As fixações e investiduras na libido intrassomática podem gerar
patologias diversas, como adicções, alergias, propensão a acidentes, sendo, em geral, falhas no mecanismo
de autoconservação. Esta fixação corresponde às Patologia do Desvalimento.
Estas patologias incluem sintomas e enfermidades psicossomáticas, adições, neuroses traumáticas,
anorexia, obesidade, bulimia e tendência ao padecimento de acidentes, entre outras (Sneiderman et al,
2022).
Freud (1918a [1914]) diz que em um mesmo indivíduo podem existir diversas erogeneidades em seu
texto sobre a História de uma neurose infantil: o Homem dos Lobos. E desta forma, não é possível dizer que
o indivíduo está sob esta ou aquela erogeneidade, mas existindo sempre uma que predomina sobre as
demais. Também se faz pertinente afirmar que a cada erogeneidade, ao menos um mecanismo de defesa
está atuando. As defesas de um indivíduo não são uma construção rígida, mas como diz Maldavsky (1997)
um andaime articulado. Os mecanismos de defesa se articulam majoritariamente com a repressão e
desmentida e isso não implica numa mudança estrutural.
Estudo Da Linguagem
Segundo Liberman, a linguagem é a expressão das pulsões e desejos (Maldavsky, 2013, p. 46). São
funções do pré-consciente na tentativa de conciliar as pulsões e desejos em relação à sociedade e o superego.
Kazez (2003) define que a linguagem é somente uma forma da expressão subjetiva e por isso, podemos
encontrar na linguagem material suficiente para a investigação dos desejos e defesas.
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144
Freud estudou o amplo campo de problemática onde a palavra tem valor para a construção do
sujeito. Maldavksy (1991, 1997) nos diz que o formato da pulsão que se dá no pré-consciente é a palavra. O
autor indica ainda que o desenvolvimento da linguística se pelas representações. E a palavra representa
e indica a subjetividade de alguém, bem como suas falhas. Ao dizer que alguém não é sujeito, estando
ausente a subjetividade, consideramos que estes não falam com suas próprias palavras, estas pessoas
apresentam falhas em sua comunicação.
Linguagem na Construção do Sujeito
Maldavsky (2000) explica que a linguagem do erotismo pode ser acessada por duas formas: rede de
signos e sequências narrativas. As redes de signos “incluyen verbos, substantivos, adjetivos y adverbios, así
como sonidos(Maldavsky, 2000 p 17) e que não interessa nesta categorização palavras isoladas, e as tramas
de palavras. As sequências narrativas indicam a transformação do desejo início da trama ao seu desenlace
final. Tanto nas redes de signos como nas sequências narrativas, encontraremos diversas manifestações
libidinais do sujeito expressas pela linguagem.
A linguagem é repleta de símbolos e representações das manifestações internas do sujeito. A
essência dos elementos psíquicos são, paradoxalmente, os elementos simbólicos mesmo que alguns destes
elementos não possam ser simbolizados. A intenção subjetiva de troca de palavras entre o sujeito e um
interlocutor, tem um valor econômico qualitativo que, de forma ideal, deveria ir além da descarga energética
(valor quantitativo).
Quando o valor quantitativo é economicamente maior que o qualitativo, emergem as falhas na
subjetividade e objetividade. A relação com o outro, nestes casos, é falha e, a falta de crédito que o outro de
fato exista no mundo deste indivíduo emerge: não se pensa que existe, nem se registra o interlocutor. Apenas
palavras descarregadas, sem representatividade de pensamentos ou sentimentos.
Estilos comunicacionais
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145
David Liberman estudou durante muitos anos a linguagem e percebeu que existem estilos de
comunicação, tanto daquele que fala como daquele que recebe (1971, 1976). No estudo da semiótica, diz
Liberman (1976) propõe uma mudança na concepção do pré-consciente como unicamente detentor da
inscrição a representação da palavra, mas entendê-lo como componente do ego, capaz de organizar a
linguagem e pensamento, segundo inúmeras representações da fala.
Sobre as três categorias da semiótica, é possível identificar as estruturas: sintáticas (formação da
fala, fonemas e a sintaxe); semântica (relação entre a palavra e seus significados); e a pragmática (relação
entre a mensagem emitida e a forma como é recebida pelo emissor). Neste sentido, concordamos que a
semântica das respostas emitidas pelo sujeito em uma técnica projetiva, por exemplo, nos trás muito mais
informações que a representação da palavra, mas todo conteúdo latente, inconsciente de suas escolhas
simbólicas. Estes estilos comunicacionais têm, conforme apresentado, como base as teorias das pulsões
freudianas organizadas por Abraham (1970).
Segundo Maldavksy (2000) os estilos comunicacionais não são exclusividade das neuroses,
emergindo do cotidiano, de produções culturais o que possibilitam o estudo dos símbolos nas sequências
narrativas. Uma erogeneidade mais atuante pode ser notada em casos de manifestação recorrente na
linguagem, e também no tipo de defesa predominante; é o que Maldavsky denomina de: coexistência entre
várias linguagens da pulsão. Frente ao conflito com uma realidade decepcionante ou superego proibitivo,
Maldavsky reforça que as defesas atuam podem atuar de forma adaptativa ou patológica: se disfarçam uma
erogeneidade reprimindo, ou se opõe a realidade/superego desmentindo ou desestimando.
As defesas adaptativas e patológicas se manifestam de acordo com cada erogeneidade presente na
linguagem ou estilo comunicacional presente no discurso. Neste sentido, frente às respostas emitidas pelo
sujeito nos testes projetivos serão instrumento de análise dos desejos e defesas manifestos na dinâmica da
personalidade do avaliado.
Uso do Algoritmo David Liberman
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146
Maldavsky (1974) identifica duas funções básicas na comunicação interpessoal escrita: as impressões
daquele que fala e daquele que escuta. Neste sentido, a interação interpessoal está baseada na regulação
dos símbolos emitidos pelo interlocutor e seu destinatário. Maldavsky nos diz que "Cada autor tiene una
noción particular de la belleza que trata llevar a cabo, y a partir de la cual juzga críticamente su propia
producción" (Maldavsky, 1974, p. 33), o que podemos entender que os sujeitos têm sua própria forma de
falar e emitir suas respostas. Pensando neste sentido, cada resposta emitida no discurso é passível de uma
análise profunda dos desejos e das defesas atuantes quando a comunicação acontece.
Os aspectos pragmáticos consideram a relação entre os signos emitidos e recebidos. Para Maldavsky
(1974) é possível encontrar a relação entre o autor e seu texto (ou relato, comentário nosso) uma vez que ao
emitir suas ideias dependem de sua organização de mundo, transcendência de contextos (ou seja, localizar-
se no mundo) e suas aspirações estéticas (beleza, justiça e verdade) ao emitir suas ideias. O discurso dos
sujeitos então é um precioso recurso de análise de desejos e defesas presentes na dinâmica da comunicação.
Com intenção de compreender melhor como pensa o analista frente ao discurso dos pacientes, David
Maldavsky desenvolveu o Algoritmo David Liberman (2000, 2007, 2013, 2017).
O termo algoritmo se deve ao “un conjunto de instrucciones que tienen un carácter acotado y
ordenado, que lleva a realizar una secuencia de pasos para resolver un problema” (Maldavsky, 2013. P. 21),
ou seja, é uma série de procedimentos que devem ser realizados com objetivo de um resultado. Embora leve
o nome de David Liberman, mesmo não é seu criador; Liberman foi um pioneiro do estudo da linguagem
psicanalítica na Argentina e, mais tarde, Maldavsky criou um método de investigação científica do discurso
nomeando-o desta forma, como homenagem ao professor que tanto contribuiu ao estudo psicanalítico.
Neste caso, o ADL é um método de investigação do discurso (linguagem) com base psicanalítica.
O ADL é composto por níveis de análise e para cada um existem procedimentos distintos que devem
ser seguidos (Kazez, 2003). Maldavsky dá um nome e procedimentos para cada um dos níveis são analisados
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147
pelo ADL: com o ADL-P, que analisa estes elementos nas palavras; o ADL-R, que analisa estes desejos e
defesas nos relatos; e o ADL-H que permite analisar os atos de fala ou frases.
Ao utilizar o ADL, também é possível realizar a análise mista dos desejos e defesas em uma mesma
investigação. Ao pensarmos nos recursos defensivos, encontramos àquelas Adaptativas e as Patológicas. As
Defesas emergem como recursos retóricos que constituem o ego, podendo ser funcionais ou opostas à
pulsão, realidade ou superego. Recursos retóricos emergem de forma desequilibrada, exagerada ou
hipertrofiada. O resultado destes recursos retóricos indicará quais defesas foram exitosas, fracassadas ou
mista.
Atos de Fala
Nesta pesquisa, analisamos os atos de fala, ou seja, as frases que compõe as respostas dos sujeitos
frente aos estímulos dos testes. Os atos de fala compreendem não uma rede de palavras, mas toda a
formatação verbal, paraverbal, gestual utilizada por uma pessoa quando fala ou se expressa. Os estilos de
linguagem utilizados pelo sujeito são manifestos em suas frases, possibilitando o estudo da manifestação de
desejos e das defesas. É importante pensar que na análise dos atos de fala, encontramos os estados de desejo
e defesa atuais no sujeito, quando emite as frases. Traduzimos a seguir as categorizações dos Atos de Fala,
segundo Maldavsky (2013), para indicar quais as características classificatórias para cada erogeneidade, de
acordo com a constituição da frase:
Libido Intrassomática - Estado das coisas; Referências aos estados e processos corporais; Banalidade;
Adulação; Forçamento no discurso do outro; Contas; Catarses; Ecolalia; Onomatopéias dos sons dos objetos
inanimados.
Oral Primário - Dedução abstrata; Pensamento místico metafísico; Paradoxo lógico; Metalinguagem;
Ambiguidade e falta de definição; Vocalização em código; Negação que cria uma contradição lógica ante a
afirmação alheia; referências a estados corporais.
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Oral Secundário - Lamentos; Reproches, recriminação e autorrecriminação; Condolência e pêsames;
Queixa, reclamação; Pedidos de desculpa e perdão; Imploração; Exigência; Demanda de amor,
reconhecimento e aprovação; Manipulação afetiva; Sentimento da inutilidade própria o alheia; Submissão
pacificadora; Compreensão empática; Exaltação do sacrifício; Referência a estados afetivos; ao estado
climático, e passagem de tempo ou os objetos; a estar realizando uma ação.
Anal Primário - Ofensa, blasfêmia o insulto; Maldição; Detração ou difamação; Ameaças; Incitação;
Ironia triunfalista; Exibição de poder; render-se o declarar-se por vencido; Interrupção intrusiva; Deturpar,
falsear, retorcer; Provocações; Ordens abusivas referentes ao contrario da lei e os preceitos morais;
Denuncias e acusações; Delações, (de delatar); Confissão de ações contraria com a lei ou os preceitos morais;
Justificativa de transgressões da lei.
Anal Secundário - Provérbios, sentencias e máximas; Invocações ritualizadas e religiosas; Citações;
Referencia a um saber consensual; Abreviaturas e siglas; Imperativos condicionais; Ordens e indicações de
acordo com a lei; Juramento público e imposição de obrigações; Contratos; Enlace causal; Afirmação;
Justificativa de ações , palavras e ideais; Dedução, conjectura ou inferência concreta; Generalização concreta;
Antecipação de fatos concretos próprios ou alheios; Tomada de decisão; Detalhar; Classificação; Definição;
Autocrítica; Projeto de ação; Controle de lembranças, do pensamento e/ou da atenção próprios e ou alheia;
Informação de fatos concretos; Descrição de situações concretas; Contraste entre as crenças e os fatos;
Pedido de permissão; Consultas; Críticas valorativas de acordo com a moral, a limpeza, a cultura e a ordem;
Ordenamento; Apresentação de alternativas; Duvida; Objeções; Vocalizações opositoras ou negações de um
exagero; Comparação entre traços objetivos o hierárquicos; Referência às posições objetivas ou hierárquicas;
Correção das vocalizações próprias o alheias; Confirmação (o retificação) da opinião alheia ou pedido de
confirmação da própria; Retificação sintática; Síntese; Introdução ou final de um tema; Perguntas e outras
formas de solicitar informação; Perguntas com objetivo de estabelecer as causas; Explicação; Pontualização.
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Fálico Uretral - Refrãos; Premonições; Conselhos; Advertências; Perguntas o afirmações referidas a
orientação tempo-espacial; Vocalizações de desorientação; Recuperação ou manutenção da orientação;
Referências a ações rotineiras; Interrupções do discurso alheio ou próprio; Acompanhar o discurso alheio;
Saudações e outras formas de contato; Aproximação e distanciamento cautelosos; Aproximação excessivo;
Vocalizações de desconfiança; Bordões; Abreviações/Gírias; Vocalizações em suspenso; Minimizadores;
Fofocas e rumores; Evitação; Expressão de potência-impotência; Desafio competitivo; Pedido de ajuda;
Referências à casualidade ou a sorte.
Fálico Genital - Elogios; Felicitações; Celebração; Dedicatória; Agradecimento; Promessa; Juramento
privado; Brinde; Repetição da vocalização alheia; Convite; Manifestar um desejo; Exclamações;
Demonstração (Mostra com o corpo); Interjeição; Exagero e ênfase; Dramatização; Exemplos; Redundância
sintática; Jogos de palavras e chistes; Completar da vocalização alheia; Comparação entre qualidades;
Comparação metafórica; Equação entre as quantidades das qualidades; Vocalizações de estranhamento ou
incredulidade; Perguntas ou afirmações referidas a forma; Referencia a estados corporais; desagradáveis;
Referência a uma realidade desagradável; Devaneio embelezador; Relação causal em que o fator
determinante é a intensidade de uma qualidade; Onomatopeia de sons de objetos animados.
Nos atos de fala, estudamos as frases de forma paradigmática e sintagmática. O paradigmático tem
como foco o repertório utilizado pelo sujeito. Tem caráter quantitativo, sendo necessária para tanto, a
calibração. O estudo sintagmático, por sua vez, se preocupa na combinação das frases num discurso, de
forma lógica e qualitativa. Pelos atos de fala, também é possível identificar o estado das Defesas do Ego, de
acordo com as manifestações do desejo pelas erogeneidades presentes nos estilos de linguagem. É possível,
por exemplo, identificar se o mecanismo de defesa foi exitoso, fracassou ou atuou de forma mista em suas
funções.
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150
Maldavsky estava ciente de que existem mais palavras onde seu significado expresse determinados
estilos de linguagem que outros, predominando a linguagem sádico-anal secundário uma vez que “el
ordenamiento témporo-casual se rige com la logica yoica” (Maldavsky, 2006).
Ao realizar a análise das palavras, rede de palavras e dos relatos, é possível obter resultados brutos
de cada erogeneidade. Se por um lado, é possível encontrar uma prevalência de determinadas linguagens
estatisticamente, por outro uma lógica que está presente no conjunto analisado. Maldavsky propôs que
seja necessário encontrar qual linguagem prevalece sobre as demais. Para que a análise paradigmática deste
resultado seja feita com confiabilidade, foi proposta uma calibração do instrumento. Para cada uma das sete
linguagens foi atribuído um valor inversamente proporcional à base de dados do software.
Segundo Maldavsky (2006), para cada investigação é necessário por parte do investigador preparar
sua mostra, sejam por palavras, atos de fala ou relatos. O autor propõe alguns passos que devem ser seguidos
pelo investigador quanto à transcrição ou análise do material a ser estudado. Os valores brutos de cada
desejo devem ser multiplicados pelo valor da calibração de acordo com o quadro para obter-se o resultado
da linguagem lógica prevalecente. Este quadro de valores de atos de fala que utilizaremos como padrão de
confiabilidade lógica para a calibração dos resultados de linguagem nesta pesquisa. Também, em alguns
casos, relacionado aos fenômenos especiais, utilizaremos a calibração dos paraverbais.
Objetivos desta pesquisa
Considerando os 21 anos da Lei 10.826/2003, que regulamenta o manejo de armas no Brasil, o
trabalho do psicólogo em realizar o procedimento de avaliação psicológica com este objetivo tornou-se
objeto de estudos específicos. Os estudos sobre a avaliação psicológica ao uso e porte de armas de fogo são
escassos no Brasil e na comunidade científica em geral. No Brasil,o poucas as pesquisas e publicações, seja
pelo desinteresse dos pesquisadores ou pela formação deficitária ou práticas atuais dos psicólogos atuantes
na área, segundo dados levantados. Instrumentos específicos para uma interpretação de resultados para esta
população são praticamente nulos.
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151
Isto é, nossa proposta aqui foi realizar a interpretação qualitativa de resultados dos testes, quanto
aos seus símbolos e desejos presentes, utilizando para tal a teoria freudiana e s freudiana da linguagem
com base nos estudos de Liberman (1971, 1976) e Maldavsky (1991, 1992, 1995, 1997, 2000, 2007, 2013,
2017), bem como o foco nos estudos de Sneiderman (2011, 2012, 2022), sobre as categorizações de símbolos,
garantindo o ineditismo desta pesquisa ao utilizarmos o Z-teste.
Por ser uma amostra grande, também é possível fazer um estudo quantitativo de respostas.
Nenhuma pesquisa específica a avaliação psicológica para o uso e porte de armas de fogo foi encontrado
utilizando o Questionário Desiderativo, seja sob a ótica de aportes clássicos de interpretação de Bernstein,
Grassano (1979), Celener de Nijamkin e Braude (2015), ou dos novos aportes de interpretação de Sneiderman
(2012). Deste modo, ao propor este estudo de símbolos e desejos com o Questionário Desiderativo sob os
novos aportes de Sneiderman, reafirmam o ineditismo e originalidade da pesquisa.
Nossa pesquisa se somará àquelas da área de Avaliação Psicológica para o uso e porte de armas de
fogo, de forma singular: por criar específicas ferramentas de interpretação direcionadas a esta população;
por normatizar e padronizar interpretação dos testes Z-Teste e Questionário Desiderativo sob aportes pós-
freudianos de interpretação qualitativa para tal; e fortalecer a comunidade científica de forma inédita.
Materiales y métodos
Esta tese apresenta um trabalho Descritivo e exploratório, com unidades de análise as Verbalizações
e percepções expressadas a partir das respostas aos testes projetivos Z-teste e Questionário Desiderativo,
organizados em protocolos. consideramos como as variáveis: Símbolos, Desejos e Defesas. Contamos com a
Mostra total de 211 casos, de homens brasileiros, com idades entre 30 e 60 anos, com aplicação do Z-Teste
e Questionário Desiderativo; é uma mostra não aleatória de sujeitos que buscaram avaliação psicológica para
uso e manejo de armas de fogo. Como procedimento adotado para esta pesquisa, consistiu na observação
indireta e não obstrutiva em registros de arquivos episódicos, por conter os protocolos de determinada
avaliação. O levantamento de dados e análise documental desta pesquisa consiste na análise de protocolos

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152
constituintes de avaliações psicológicas para uso e porte de armas de fogo, realizadas pelo pesquisador e
equipe, arquivadas em uma clínica credenciada junto à Polícia Federal para este tipo de atendimento,
realizados entre 2013 e 2023.
Cuidados Éticos
Cientes da Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde, do Ministério da Saúde, que tem nos
Comitês de Ética em Pesquisa com Seres Humanos quanto o atendimento aos quatro princípios da Bioética,
a saber, autonomia, beneficência, não maleficência e justiça, esta pesquisa tomou os devidos cuidados éticos
exigidos. O projeto foi apreciado e aprovado em sua totalidade, por Comitê de Ética obtendo como registro
o CAAE: 42474920.4.0000.0123.
Padronização, Fidedignidade, Validade e Confiabilidade
De acordo com a definição de Sneiderman (2011), actualmente el conocimiento trata de articular
saberes de diversas disciplinas, considerando que tanto la clásica perspectiva cuantitativa como la cualitativa
en su vinculación, permitirían una visión más abarcativa de los fenómenos humanos y sociales.
Na análise qualitativa, a redução dos dados ocorre quando os pesquisadores sintetizam as
informações verbalmente, identificam temas, categorizam informações, agrupam informações e registram
suas próprias observações sobre os registros narrativos. A redução de dados costuma envolver o processo
de codificação, que é a identificação de unidades de comportamento ou determinados fatos segundo
critérios específicos, que são relacionados com os objetivos do estudo (Shaughnessy, Zechmeinster &
Zechmeister, 2012, pg.132).
Os dados obtidos foram transformados em números e, segundo Urbina (2007) o estudo estatístico
tem como objetivo de “organizar, representar, resumir, analisar e tratar de outras formas dados numéricos”.
Os dados foram transformados em “números que descrevem as características de variáveis ou conjuntos de
dados derivados de amostras, em oposição aos derivados de populações que são denominados parâmetros.”
(Urbina, 2007, p. 53).

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
153
Considerando que os scores obtidos na análise dos resultados dos protocolos dos testes psicológicos,
possam apresentar grau de variância comum que cada grupo de protocolos têm entre si é imprescindível o
uso de coeficientes de correlação: são números que podem flutuar entre -1,00 e +1,00” (Urbina, 2007).
Shaughnessy, Zechmeinster & Zechmeister (2012) consideram que a magnitude de um coeficiente de
correlação varia de 1,0 (uma relação negativa perfeita) a +1,0 (uma relação positiva perfeita); um coeficiente
de correlação de 0,0 indica que não existe relação”.
Como elementos classificatórios dos resultados de cálculo de correlação nesta tese, utilizaremos a
classificação de Hopkins (2000): Muito baixa: 0,0 a 0,1; Baixa: 0,1 a 0,3 Moderada: 0,3 a 0,5; Alta: 0,5 a 0,7;
Muito alta: 0,7 a 0,9 e Quase Perfeita 0,9 a 1,0. Também será aceita a classificação mais abrangente de
Dancey e Reidy (2005): Fraca: 0,10 a 0,30, Moderada: 0,40 a 0,60 e Forte: 0,70 a 1, por possuírem um intervalo
maior entre os valores. Se justifica o uso de Hopkins (2000) e Dancey e Reidy (2005) por serem mais
específicas que as classificações de Urbina (2007) e Shaughnessy, Zechmeinster & Zechmeister (2012).
Considerando que os scores obtidos na análise dos resultados dos protocolos dos testes psicológicos, podem
apresentar grau de variância comum que cada grupo de protocolos têm entre si é imprescindível o uso de
coeficientes de correlação.
A confiabilidade teste-reteste é uma estimativa de confiabilidade obtida pela correlação de pares de
escores da mesma pessoa em duas administrações diferentes do mesmo teste. A medida de teste-reteste é
adequada quando se avalia a confiabilidade de um teste que se propõe a medir alguma coisa que seja
relativamente estável ao longo do tempo, como um traço de personalidade (Cohen; Swerdlik & Sturman,
2014). Esta técnica permite avaliar se resultados semelhantes são obtidos quando o instrumento é aplicado
sob as mesmas condições metodológicas, mas em momentos diferentes (Ferreira; Veiga, 2008). Nesse
método, supõe-se que o traço que está sendo medido se apresente relativamente estável ao longo do tempo,
ao menos no período que separa as duas aplicações (Erthal, 2009). Se existir a suposição de que a

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154
característica a medir oscila ao longo do tempo, então haveria pouco sentido em avaliar a confiabilidade do
teste usando esse método (Cohen; Swerdlik & Sturman, 2014).
A confiabilidade interjuizes foi escolhida como base da análise uma vez que ela permite
"demonstrarle al lector, la base sólida de los datos obtenidos" (Dubé,2008 p 77). Sneiderman (2011) define
que a “confiabilidad inter-jueces, es decir que diferentes jueces examinan el mismo material separadamente
y arribarán o no a las mismas conclusiones. Esto presupone la competencia y el grado de experiencia de los
jueces. Neste sentido foram feitas as análises por psicólogos expertos nas técnicas propostas no Brasil,
Argentina, Espanha e Venezuela. Os interjuizes foram psicólogos licenciados, membros da equipe principal
da Dra. Susana Sneiderman. A mostra foi separada e dividida para quatro grupos, compostos por dois
psicólogos expertos em Questionário Desiderativo, versão Sneiderman (2012). Os resultados do Z-teste
foram avaliados por equipe composta por duas psicólogas credenciadas pela Polícia Federal, para avaliação
psicológica para o uso e manuseio de armas de fogo, experts em uso do instrumento. A avaliação realizada
pelas interjuizas se exclusivamente quanto à classificação quantitativa da correção dos protocolos, de
acordo com o sistema Klopfer, padronizados por Vaz & Alchieri (2016).
Resultados
Optamos em deixar aqui apenas os dados de idade e escolaridade como elementos realmente
significativos para esta pesquisa. Outros dados gerais como estado de origem, profissão, aspectos familiares,
histórico pregresso de saúde e profissional, foram lidos, mas ignorados nesta pesquisa.
Tabela I RELAÇÃO DE IDADE E ESCOLARIDADE DOS PARTICIPANTES
Idade
N
Fundamental
Médio
Superior
30-39
53
0
32
21
40-49
102
6
74
22
50-59
52
15
28
9
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155
60
4
2
2
0
Total
211
23
136
52
Fonte: Elaboração Própria (2024).
Resultados do Z-teste
Segundo a frequência das respostas do Z-Teste, todas as respostas dos avaliados foram digitadas em
arquivos word e posteriormente tabuladas em arquivo Excel para melhor organização e categorização das
respostas. A versão do software SPSS 21 foi utilizada para realizar as análises estatísticas da amostra.
Apresentamos os parâmetros de classificação qualitativa das respostas do Z-teste em relação às
correntes psíquicas/erogeneidades emergentes, de acordo com os símbolos e os argumentos que justificam
a escolha de cada um, publicamos em um artigo (Burani, 2020) e capítulo de livro (Burani & Sneiderman,
2022).
Ao psicólogo avaliador, que buscará a classificação além das tabelas quantitativas, independente do
método de correção, seja Klopfer (Vaz & Alchieri, 2016), Sistema Compreensivo (Villemor-Amaral & Primi,
2012) ou Escola de Paris (Resende & Nascimento, 2019) todos sistemas de correção válidos no Brasil.
Tabela II Resultados Gerais dos Protocolos Z-Teste (n=422)
Teste
%
Reteste
%
Calibrado
LI
276
16,18
247
15,16
1208
O1
130
7,62
116
7,12
638
O2
163
9,55
170
10,44
468
A1
281
16,47
234
14,36
644
A2
331
19,40
308
128,91
308
FU
233
13,66
260
15,96
476
FG
292
17,12
294
18,05
417
2
Apresentada no X Congresso da Associação Brasileira de Rorschach e Métodos Projetivos: Desafios Contemporâneos
dos Métodos Projetivos (2022).

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156
R
1706
100,00
1629
100
Fonte: Elaboração Própria (2024).
A correlação entre os valores absolutos obtidos na calibração de respostas em cada aplicação: Teste
e Reteste, indicaram resultados de correlação positiva muito forte r= 0,99. Os valores de correlação
apresentados tanto nos resultados de frequência bruta como calibrada, revelam correlação positiva forte, de
acordo com Dancey e Reidy (2006) e correlação quase perfeita segundo Hopkins (2000). Os resultados
calibrados tanto em TESTE como em RETESTE apresentaram maiores frequências nas erogeneidades Anal
Primária e Libido Interssomática nas duas primeiras imagens e Fálico Genital na terceira imagem.
Questionário Desiderativo na avaliação Psicológica para uso de armas de fogo
Um de nossos objetivos foi apresentar um instrumental capaz de auxiliar o psicólogo na avaliação
psicológica para o manuseio de armas de fogo, com embasamento teórico robusto e praticidade. Neste
sentido, a nossa proposta foi utilizar o Questionário Desiderativo sob os aportes de Sneiderman (2012). Cada
aplicação do questionário desiderativo ocorreu durante a avaliação psicológica em questão, antecedendo ou
precedendo a entrevista, sendo cada resposta gravada em mídia digital, digitada no editor Word da
Microsoft, em protocolo próprio pelo avaliador e a mídia digital foi deletada na sequência.
Desta forma o que se pode analisar deste teste são as respostas literalmente reescritas com
referência nos áudios de mídia digital. Todas as respostas presentes nos protocolos foram inicialmente
tabuladas em planilha Excel e depois analisadas de acordo com as categorias previamente determinadas pelo
pesquisador. Decidimos então tabular quanto catexia positiva: primeira, segunda e terceira; e em relação às
catexias negativas, primeira, segunda e terceira. Também se analisou o estilo de linguagem utilizado pelo
avaliado em cada resposta, a defesa prevalente e a categoria de resposta.
É importante ressaltar que os protocolos analisados com as respostas do questionário desiderativo
indicaram que, em sua maioria, os participantes entenderam e tomaram com facilidade a escolha de cada
resposta nas catexia positiva e negativa. Ao contrário da orientação básica do teste em que é importante que
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157
o sujeito imita ao menos uma resposta de cada categoria básica: reino animal, reino vegetal e reino mineral,
a repetição de categorias foi bastante comum.
Foi respeitado pelo avaliador a escolha de cada avaliado, evitando a indução de respostas o que
tornaria o teste artificial quando as projeções livres que poderiam surgir. A categoria mais escolhida para as
positivas foi a categoria animal seguida pela vegetal estando as outras categorias com o menor número de
respostas.
Para a análise das respostas utilizamos o manual básico da Prof. Dra Susana Sneiderman (2012), onde
encontramos toda a teoria freudiana e pós-freudiana de Liberman e Maldavsky forte e intimamente
localizadas como base dos estudos da Dra. Sneiderman. As categorias de resposta das básicas e das novas
propostas pela autora, assim como as erogeneidades manifestas e análise do discurso fizeram com que esta
pesquisa se torne a pioneira na avaliação psicológica para o manuseio de arma de fogo com este instrumento.
Ainda que seja um teste sem validação atual pelo SATEPSI, sabemos que existem estudos de validação em
diferentes regiões no Brasil.
Durante nossos estudos, apresentamos os resultados que indicam a riqueza do uso do Questionário
Desiderativo atualizado (Sneiderman, 2012) para a avaliação psicológica para o uso de armas de fogo.
Analisaremos as respostas das catexias positivas e negativas neste item, de acordo com as categorias de
Sneiderman (2012) e posteriormente, as respostas em cada gerais das três catexias.
Comparativo de Resultados Z-Teste e Questionário Desiderativo
Comparamos as erogeneidades dos testes Z-Teste e Questionário Desiderativo. Considerando que
frequência de respostas do Questionário Desiderativo é limitada às respostas de catexia positiva e negativa
do sujeito, em geral três respostas, ao passo que as respostas do Z-Teste podem ser tantas quantas o sujeito
conseguir. Importante ressaltar que o Z-Teste permite ao avaliador compreender a estrutura de
personalidade do sujeito de forma geral e o Questionário Desiderativo Sneiderman, permite ao avaliador
compreender os desejos (catexias positivas) e predizer como o sujeito pode agir em caso dos mecanismos de

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
158
defesa falharem (catexias negativas). Apresentaremos os valores dos dois testes mas, em termos de análise,
consideramos as catexias positivas do QD para comparação com o Z-Teste.
Tabela III Resultados Calibrado dos Protocolos Z-Teste e Questionário Desiderativo
Z-Teste
Questionário Desiderativo
Respostas
Calibrado
Catexias +
Calibrado
Catexias -
Calibrado
LI
247
1208
79
386
218
1066
O1
116
638
80
440
11
61
O2
170
468
109
300
81
223
A1
234
644
65
220
140
61
A2
308
308
80
80
60
60
FU
260
476
141
258
57
104
FG
294
417
65
92
32
45
Falhas
-
-
14
-
19
-
R
1629
633
-
633
-
Fonte: Elaboração Própria (2024).
Considerando a maior indicencia de erogeneidade na frequência das respostas, no Z-Teste foi a Anal
Secundária (A2) com 308 (18,9%) das respostas; no Questionário Desiderativo, nas Catexias Positivas foi a
Fálico Uretral (FU) com 141 (22,3%) e Catexias Negativas foi a Libido Intrassomática (LI) com 218 (34%). A
erogeneidade de menor frequência no Z-Teste foi a Oral Primária (O1) com 116 (7,1%) das respostas; no
Questionário Desiderativo, nas Catexias Positivas foi a Fálico Genital (FG) com 65 (10,3%) e Catexias Negativas
foi a Oral Primária (O1) com 11 (1,7%). A correlação entre os valores absolutos obtidos na frequência de
respostas calibradas de Z-Teste e Catexias Positivas resultaram em uma correlação forte, r= 0,71, de acordo
com Dancey e Reidy (2006) e correlação muito alta segundo Hopkins (2000).
Isso permite afirmar que a interpretação das respostas qualitativas por meio das erogeneidades é
válida e confiável. Buscando assegurar confiabilidade nos dados apresentados, optou-se em realizar


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
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
159
comparações de resultados não somente entre os instrumentos utilizados nos mesmos sujeitos desta
pesquisa, mas nos resultados de pesquisas externas.
Mecanismos de Defesa
Apresentaremos os resultados quanto às Defesas egóicas resultantes da análise das erogeneidades
emergentes de cada teste, de forma geral. Ao apresentarmos a Desestimação, nos referimos à Desestimação
do Afeto de Maldavsky (2013), onde o sujeito desconhece o sentido o afeto e, como explicamos
anteriormente, recorre às frequências ritmos e quantidades ligados ao recursos da Libido Intrassomático.
Os estados de defesa, exitoso, misto ou fracassado, por sua vez, não foram analisados aqui por se
tratarem de estados psíquicos pontuais de cada sujeito utilizados como recursos em momentos de adaptação
e/ou desprazer. Assim, sobre os recursos defensivos mais utilizados como respostas às erogeneidades,
apresentamos:
Tabela VI FREQUÊNCIA DE DEFESAS POR TESTE
Z-Teste
Questionário Desiderativo
Respostas totais
%
Respostas totais
%
DESESTIMAÇÃO
247
15
279
23
DESMENTIDA
520
32
486
41
REPRESSÃO
862
53
435
36
Fonte: Elaboração Própria (2024).
Apresentamos as defesas do Ego emergentes nas respostas gerais dos testes. Consideramos com
maior frequência em cada teste a Repressão com 53% no Z-Teste e a Desmentida com 41% no Questionário
Desiderativo. A correlação entre os valores de Defesas de Z-Teste e Questionário Desiderativo resultaram em
uma correlação entre moderada e forte, r= 0,68, de acordo com Dancey e Reidy (2006) e correlação alta
segundo Hopkins (2000).




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

160
Isso indica que frente aos estímulos apresentados pelas manchas de tinta no Z-teste, os sujeitos
tendem a utilizar como maior recurso ao desprazer, a repressão: nomeiam ações competitivas como “touros
se enfrentando” por exemplo; ao passo que Desmentida, da lei ou realidade, é o recurso mais utilizado pelos
sujeitos ao escolher símbolos e argumentos relacionados ao Questionário Desiderativo. A importante
frequência mais baixa de Desestimação do Afeto, nesta população estudada, tende a nos indicar um maior
controle de outras erogeneidades e defesas frente ao desprazer, o que pode ser visto como mais positivo ao
pensar que estes sujeitos buscaram a avaliação para o uso e posse de armas de fogo.
Libido Intrassomática e Patologias do Desvalimento
Apresentamos em artigo (Burani & Paulino, 2022) acerca de resultados parciais sobre a sensibilidade
dos instrumentos que utilizamos na tese, na detecção da presença da erogeneidade Libido Intrassomática na
característica das respostas emitidas nos testes, bem como em respostas da entrevista.
As patologias tóxicas configuram um modo particular na percepção dos sujeitos que as apresentam,
uma desarticulação anímica para a captação estimulações. Considerando as duas maiores manifestações das
patologias tóxicas apresentadas pelos sujeitos durante a entrevista - traumatofilias (tendência a acidentes) e
adicções (Burani & Paulino, 2022).
De acordo com aquela pesquisa, no Z-Teste a Libido Intrassomática apareceu em 15% das respostas
e no QD em 13% das respostas das catexias positivas. Nas catexias negativas, encontramos a LI com maior
frequência: 37% das respostas.
A presença de LI em avaliação psicológica para o uso de armas de fogo, indica a necessidade de
estudos mais profundos quanto às patologias atuais do desvalimento, sobretudo para esta população, uma
vez que a necessidade de equilíbrio psicológico é prerrogativa necessária das características de personalidade
(Burani & Paulino, 2022).
Discusión de resultados
Resultados do Z-Teste e Questionário Desiderativo


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

161
A análise de um único protocolo de Z-Teste já seria suficiente para a análise dos desejos emergentes
no estilo de linguagem escolhido pelo sujeito. Entretanto, optou-se por analisar dois protocolos de mesmo
sujeito com objetivo de comprovar se as características de personalidade, manifestas no estilo do discurso
do sujeito, se mantiveram estáveis ao longo do tempo.
A maior frequência de respostas, nas duas aplicações foi caracterizada pela erogeneidade Anal
Secundária, caracterizada por uma organização e ordenação do mundo interno e externo por parte do
sujeito; a segunda maior frequência de respostas foi caracterizada por Fálico Genital, cujas características
são necessidade de identificação com o estético, dramatizações, exageros ou ênfases em suas relações
interpessoais; a terceira maior frequência de respostas nas duas aplicações divergiu quanto as erogeneidades
principais no Teste predominou a Anal Primária caracterizado por agressividade, presença de lógica própria,
necessidade de impor poder e transgressões; e no Reteste Fálico Uretral caracterizado por necessidade de
organização espacial, aproximações e distanciamentos cautelosos, necessidade de segurança e evitação;
estas erogeneidades aparecem invertidas na quinta frequência de Teste e Reteste.
A quarta maior frequência foi a Libido Intrassomática, caracterizada por personalidades hiper-
realistas, dificuldades de projeção e pouca capacidade de simbolização, necessidade de equilíbrio e
referência de processos corporais; as suas erogeneidades com menor frequência nas duas aplicações, foram
Oral Secundária, caracterizada por relacionamentos interpessoais, referências de estados afetivos e empatia;
e Oral Primária caracterizada por dedução abstrata, intelectualização, contradições lógicas, relacionamentos
interpessoais frios e paradoxos.
Quanto aos resultados do Questionário Desiderativo, encontramos tanto características
constituintes da personalidade do sujeito, no caso das catexias positivas, como indicativos prognósticos de
como o sujeito pode agir quando as defesas falham, ao analisarmos as catexias negativas. Podemos
considerar que o estilo de linguagem mais prevalente nas catexias positivas e respostas dos protocolos é o
Fálico Uretral (FU) e a menor frequência é a Fálico Genital (FG). Importante ressaltar que são erogeneidades

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162
mais evoluídas em termos energéticos, quando o sujeito reconhece no outro a figura de competir e /ou
seduzir. Sujeitos com maior frequência na erogeneidade Fálico Uretral, são caracterizados pelo orgulho,
valor, e necessidade de competição inerentes àquela fase psicossexual. Os sujeitos que avaliamos em nossa
tese, são homens adultos que buscam na arma o uso profissional e esportivo. Identificando a arma como um
símbolo fálico, e o temor da castração ser também uma característica desta erogeneidade, o ato de portar a
arma de fogo e sua necessidade de manter o falo preservado. Quando encontramos a menor frequência da
erogeneidade Fálico Genital, sua representação inicial é o impacto estético e a atenção que o sujeito pode
causar no outro. Esta não nos parece ser a preocupação destes sujeitos. Ao analisarmos a angústia da
castração não está na necessidade de chamar atenção estética para si, o que causa a menor frequência de
FG, mas em preservar o falo (arma) para possível enfrentamento com o outro, causando o aumento de FU
pelo recurso defensivo da repressão, ao medo da castração.
Ao considerarmos os valores das defesas do Ego, a maior frequência respostas indicaram a
Repressão, defesa das erogeneidades Fálico Uretral e Fálico Genital indicando que os sujeitos da amostra
tendem a reprimir seus impulsos ante o desprazer. Já a linguagem mais prevalente nas catexias negativas e
respostas dos protocolos é o Libido Intrassomática e a menor frequência é a Oral Primário (O1). Podemos
considerar que ao fracassarem as defesas, a Libido Intrassomática age como principal recurso do sujeito: há
necessidade de equilíbrio interno e o flerte com a pulsão de morte, colocando estes sujeitos em alto-risco
(como o manejo de armas de forma displicente, utilizar veículos em alta velocidade em perseguições, expor-
se ao perigo em função do trabalho, etc) uma vez que a menor frequência de respostas Oral Primário, indicam
que o sujeito pode falhar na racionalização abstrata, ou seja, deixam de pensar racionalmente.
De acordo com os resultados, tanto da classificação das erogeneidades do Z-teste, quanto na
comparação e correlação de valores do Z-teste e o Questionário Desiderativo, indicam robustez do método
uma vez que independente da forma de classificar as respostas e símbolos encontramos correlações positivas

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163
fortes r = 0,71 e r = 0,92 em valores calibrado dos dois testes. Isso permite afirmar que a interpretação das
respostas qualitativas por meio das erogeneidades é válida e confiável.
Comparativo com outras pesquisas utilizando os mesmos instrumentos
Buscando assegurar confiabilidade nos dados apresentados, optou-se em realizar comparações de
resultados não somente entre os instrumentos utilizados nos mesmos sujeitos desta pesquisa, mas nos
resultados de pesquisas externas. A robustez de um método analítico é a medida de sua capacidade em
resistir a pequenas e deliberadas variações para parâmetros analíticos (Perez, 2010). Neste sentido
apresentaremos o comparativo quantitativo do Zulliger, com outras pesquisas de mesmo instrumento; com
a pesquisa de Sneiderman (2011) e uma analise quanti-quali com classificação de respostas de Shafer (1954).
Estudos futuros
A população escolhida para esta avaliação foi delimitada por homens, com idades entre 29 e 60 anos,
por ser esta a maior população que buscou este tipo de avaliação. Existem estudos em curso, para
apresentação de resultados posteriores com sujeitos com menos de 29 anos, mais de 60 anos e a população
feminina que busca o uso e porte de armas de fogo. Também será possível realizar estudos entre a população
que busca o uso de armas de fogo e a população geral.
Conclusiones
Em primeiro momento, esta pesquisa baseou seus estudos quanto aos requisitos necessários e
impeditivos constantes na Instrução Normativa 78/2014, uma vez que toda a mostra foi avaliada durante o
período de vigência da Instrução Normativa e antes da Resolução CFP 01/2022. Entretanto, com as exigências
da Resolução CFP 01/2022, Artigo item II foi plenamente possível apresentar resultados esperados para
este tipo de avaliação, quanto aos desejos e defesas emergentes nos protocolos de testes projetivos Z-Teste
e Questionário Desiderativo.
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164
Durante a elaboração desta tese, mudanças políticas afetaram as leis que determinaram a
necessidade e os prazos desta avaliação no Brasil. Parâmetros escolhidos de validação desta tese,
propuseram a realização de teste-reteste e esta proposta nos permitiu realizar os estudos longitudinais do
Z-teste. Os resultados permitiram determinar coerência e constância nos estados de personalidade dos
sujeitos, não em estudos quantitativos mas naqueles aqui propostos qualitativos quanto às erogeneidades
presentes.
Conforme apresentado nos resultados de forma quantitativa é possível a realização de uma avaliação
qualitativa das respostas do Z-Teste quanto ao estilo de linguagem baseado nas erogeneidades freudianas e
pós-freudianas. Em uma aplicação, as respostas emergentes da projeção indicadas por símbolos e sua
argumentação são manifestações inconscientes valiosas para a análise da dinâmica intrapsíquica do avaliado
e, com a ideia das fixações libidinais presentes na história do desenvolvimento psicossexual de sujeito a
escolha das respostas emergentes apresenta características muito próprias de cada um.
Ao tomarmos o conceito de Libido Intrassomática como elemento importante na avaliação
psicológica da personalidade, é possível detectar por meio das respostas indicativos de patologias do
desvalimento e/ou confirmá-las como representações e sinais apresentados pelos sujeitos. A sensibilidade
do Questionário Desiderativo é capaz não de detectar a LI, como também realizar uma avaliação
prognóstica do sujeito o que se faz extremamente valioso na avaliação para o manejo de armas de fogo.
À medida que a tese foi avançando e resultados foram emergindo, realizamos apresentações em
congressos e simpósios com resultados parciais quantitativos e resultados finais de dados qualitativos que
utilizamos como base classificatória das erogeneidades desta pesquisa. Realizamos publicações em anais de
congressos, revistas científicas e capítulos de livros.
Ao considerar a importância da avaliação psicológica para o uso e porte de armas de fogo no Brasil
conseguimos atingir o objetivo quanto a detecção de desejos e defesas por meio dos símbolos e
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argumentações verbalizados pelos sujeitos na aplicação do Z-Teste e Questionário Desiderativo de
Sneiderman.
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