Revista Subjevidad y Procesos Cognivos
ISSN electrónico: 1852-7310
Vol. 28, Nro. 2 “Contribuciones del ADL
y de la Teoría del Desvalimiento a las Técnicas Proyecvas
(Julio-Diciembre, 2024)
Fecha de Recepción: 11 de agosto del 2024
Fecha de Aceptación: 9 de diciembre del 2024
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Análise Psicanalítica do Discurso de um Criminoso Sexual Intrafamiliar com o Algoritmo de David
Liberman.
Psychoanalytic analysis of the discourse of an intrafamilial sexual criminal with David Liberman
Algorithm.
Ligia Eugenia Pineda Ruiz
1
, Martina Constanza Albano
2
ARK CAICYT: https://id.caicyt.gov.ar/ark://4nurajryh
Resumo
O objetivo deste trabalho é analisar o discurso de um detento que se encontra em cumprimento de
pena pela prática de crimes contra a dignidade sexual na Região Metropolitana de Belo Horizonte, Estado
de Minas Gerais, Brasil.
A finalidade da pesquisa é analisar os desejos, as defesas e as correntes psíquicas subjacentes do
indivíduo.
A metodologia utilizada para este trabalho de campo é o Algoritmo David Liberman (ADL),
(Maldavsky, 2013), um instrumento psicanalítico que permite identificar a estrutura psicopatológica e a
psicodinâmica do abuso.
Os resultados revelam as correntes psíquicas da oralidade secundária (O2) e da analidade primária (A1).
Concluindo, identificam-se traços de manipulação e perversão através da análise do discurso
realizada, sendo os principais mecanismos de defesa a negação do próprio sadismo e da lei. O ADL é um
instrumento que permite uma análise exaustiva dos aspectos metapsicológicos do sujeito, sendo esta uma
ferramenta para a área forense e capaz de compreender o comportamento criminoso.
1
Licenciada en Derecho ( Anhanguera). Doutoranda en Psicologia (UCES). Cursando Diplomatura de ADL (UCES). s-
Graduação em Sexologia (Dynamus). Email: ligiassa@yahoo.com.br
2
Licenciada en Psicología (USAL). Especialista en Clínica de la Psicosomática (USAL). Diplomada en Algoritmo David
Liberman, ADL, (UCES). Miembro del Instituto de Altos Estudios en Psicología y Ciencias Sociales IAEPSIS de la
Universidad de Ciencias Empresariales y Sociales (UCES). Docente en UBA, UCES y USAL. Mail: xulcons@gmail.com
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Palavras-chave
ADL- Correntes psíquicas- Mecanismos de defesa- Abuso Sexual Infantil- Forense
Abstract
The purpose of this work is to analyze the speech of a subject imprisoned for child sexual abuse in
penitentiary units of Belo Horizonte and the Metropolitan Region of Minas Gerais, Brazil.
Its objective is to examine the desires, defenses and underlying psychic currents of the individual,
who was also prosecuted for consuming and sharing child pornography material.
The methodology used is the David Liberman Algorithm (DLA), (Maldavsky, 2013), a psychoanalytic
instrument that allows to identify the psychopathological structure and psychodynamics of abuse.
The results reveal that the psychic currents of secondary orality (O2) and primary anality (A1)
predominate. Denial of his own sadism and of the law.
In conclusion, traits of manipulation and perversion are identified through the analysis of the
speech carried out, the main defense mechanisms being the denial of his own sadism and of the law. The
ADL is an instrument that allows for an exhaustive analysis of the subject's metapsychological aspects,
being this a tool for the forensic field and being able to understand criminal behavior.
Keywords
ADL- Psychic currents- Defense mechanisms- Child Sexual Abuse- Forensic
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Contexto da investigação
Para executar o projeto, foi necessário que o Diretor Geral da unidade prisional mapeasse
indivíduos privados de liberdade com perfil criminal semelhante na prática de crimes sexuais,
intrafamiliares e em espaços públicos, com a colaboração da equipe de inteligência da instituição,
Psicólogos e Assistentes Sociais.
A Polícia Penal do Estado de Minas Gerais, Brasil, foi fundamental para o desenvolvimento do
projeto em questão. Todas as etapas são cuidadosamente planejadas pelo DEPEN-MG, desde a revista da
pesquisadora que ingressa na unidade prisional até a condução do custodiado para o local designado pelas
equipes responsáveis pelo traslado do detento da cela para a sala designada para a atividade.
No entanto, uma metodologia científica pode ter sido elaborada com os mais rigorosos critérios e
coerência para assegurar a confiabilidade e validade dos dados, gerando, consequentemente, credibilidade
dos resultados. Além disso, pode ser frustrante diante das dificuldades que a pesquisa in loco em presídios
apresenta.
(Bordin, 2022), O autor refere-se aos problemas que este espaço apresenta, tais como a
possibilidade de envolvimento do custodiado com uma organização criminosa, o receio do detento em
compartilhar informações que possam prejudicar a sua relação com os colegas de cela e com o grupo de
pedófilos que frequentam sites de pornografia infantil. Portanto, a pesquisadora precisa compreender as
relações de poder e os códigos de conduta entre os detentos.
O sujeito desta pesquisa cumpre pena por crimes contra a dignidade sexual, como estupro de
vulnerável, oferta, troca, distribuição e divulgação de material pornográfico com crianças e adolescentes
em cenas de sexo explícito. No primeiro contato com o apenado na unidade prisional, ele se mostrou
receptivo e disposto a colaborar com o projeto de prevenção a crimes sexuais intrafamiliares. O apenado
pode ou não se sentir à vontade para compartilhar certos dados em particular aqueles que dizem respeito a
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laços familiares, motivação do crime e detalhes sobre a escolha e abordagem da vítima, ou seja, o modus
operandi, especialmente quando o ato delituoso é praticado com pessoas próximas. Este fator pode
comprometer o resultado de algumas investigações, uma vez que é necessário articular várias visitas com o
mesmo detento, exigindo da pesquisadora um tempo maior para realizar o projeto.
Os encontros são realizados com muita tranquilidade pelo custodiado, que narra com clareza o
motivo da sua condenação e como se aproxima das vítimas, locais e sites dos quais participa ativamente.
Em 2019, tivemos dois encontros de 1 hora e trinta minutos cada um.
Devido à pandemia, o projeto foi suspenso, retornando em 2024, quando as entrevistas foram mais
frequentes, 4 (quatro) encontros de 2 horas, totalizando 8 horas de conversação. Uma questão relevante a
ser discutida é que, ao mesmo tempo em que a pesquisadora observa o detento, ela também é observada.
Ele tenta, a cada entrevista, uma aproximação manipuladora da qual devemos nos proteger.
Para prosseguir com o projeto de prevenção a crimes sexuais intrafamiliares e em espaços públicos,
o Observatório de Segurança Pública do Estado de Minas Gerais SEJUSP, o Departamento Penitenciário
do Estado de Minas Gerais DEPEN-MG, a Juíza da Vara de Execução Penal da Comarca de Ribeirão das
Neves, Região Metropolitana de Belo HorizonteMG e a Associação de Proteção e Assistência aos
Condenados de Santa Luzia Centro de Integração Social Franz de Castro Holzwharth, enviaram as
autorizações necessárias para realizar a pesquisa.
A participação dos familiares das crianças e adolescentes, dos professores, representantes
religiosos, servidores da Segurança Pública entre outros no projeto de prevenção a crimes sexuais,
contribui com a democratização da informação sobre um tema velado socialmente. A mobilização de todos
os atores; pesquisadores, policiais, vítimas, juízes e os depoimentos dos detentos munem de informações